domingo, 9 de outubro de 2016

SESSÃO 38: 10 DE OUTUBRO DE 2016


OS CHAPÉUS-DE-CHUVA DE CHERBOURG 
(1964)

“Os Chapéus-de-chuva de Cherbourg” representa uma experiência muito rara no cinema, sobretudo se nos referirmos a tudo o que fica para trás relativo a 1864. Depois, o próprio Jacques Demy terá voltado a este estilo noutros filmes. Aliás, todo o cinema de Demy, um dos cineastas franceses que acompanharam o desenvolvimento da “nouvelle vague”, no final dos anos 50, início dos de 60, é uma curiosa e inédita mescla de realidade e fantasia, com a música a desempenhar um papel aglutinador essencial em muitas das suas obras.  “Os Chapéus-de-chuva de Cherbourg” iniciaram esta tendência com uma fabulosa partitura musical de Michel Legrand que acompanha todo o filme, um pouco na linha da ópera que não deixa de ser citada (Geneviève Emery e Guy Foucher, o par amoroso desta obra vão mesmo à ópera assistir a uma representação de “Carmen”).
Para os que gostam de musicais, este é um filme indispensável. Para os que não gostam de musicais, o melhor será não perder este título, pois ele é um musical muito diferente, digamos que um musical europeu, prolongando de certa forma o musical anglo-saxão, mas insuflando-lhe novo folego. Uma boa oportunidade para mudar de opinião, portanto. Para os que gostam de ópera este é um teste a não perder igualmente, uma espécie de opereta dos tempos modernos (enfim, dos anos 60 do século passado). Para os adeptos de histórias de amor e de melodramas, “Os Chapéus-de-chuva de Cherbourg” é um excelente exemplo a explorar. Para os que gostam de filmes sociais, este é um deles, acompanhado por partitura musical (cumpre informar que Jacques Demy empreendeu, anos depois, em 1982, uma experiência limite neste campo, ao dirigir “Um Quarto na Cidade”, outro filme integralmente musicado e cantado tendo como tema greves e conflitos laborais em França).
A carreira de Jacques Demy não foi muito longa nem permitiu uma filmografia extensa. Além dos títulos já referidos, há a citar ainda a sua magnífica primeira longa-metragem, o poético e deslumbrante “Lola” (1961) e o excelente “A Grande Pecadora” (1963). Depois de “Os Chapéus-de-chuva de Cherbourg” volta a dirigir Catherine Deneuve, ao lado da sua irmã Françoise Dorleac, em “As Donzelas de Rochefort” (1967), que mantem o estilo musical. Seguem-se “A Princesa com Pele de Burro” (1970) e “A Flauta Mágica” (1972). Nascido a 5 de Junho de 1931, Demy viria a falaecer a 27 de Outubro de 1990, em Paris, ao que se julga vítima de SIDA. Era casado com Agnés Varda.


Geneviève Emery  (Catherine Deneuve) e Guy Foucher (Nino Castelnuovo) são jovens em 1958 e amam-se. Ela tem 17 anos e é filha de Madame Emery (Anne Vernon), dona de uma loja de chapéus-de-chuva em Cherbourg. Ele já passou os 20 anos, é operário numa oficina de automóveis, e está à espera de ser chamado para a tropa, numa altura em que a guerra da Argélia estava ao rubro. Madame Emery não vê com bons olhos este romance, e entretanto surge um outro pretendente, Roland Cassard (Marc Michel), muito mais condizente com os predicados pretendidos pelas convenções: um homem endinheirado, bem-posto e bem instado na vida no comércio das pedras preciosas, e que ama Geneviéve sem sombra de dúvida. O filme está dividido em três partes, que acompanham o percurso de Guy: Partida (1958), Ausência (1959 e Regresso (1963). A guerra da Argélia é um tema presente em todo o filme, marcado o compasso da obra. Tudo acontece como acontece porque a guerra existe. Tudo se desenrola segundo leis inflexíveis porque imperam preconceitos e porque no amor nem sempre o que deve ser é, mas sim o que pode ser. Não se vive consoante se gostaria de viver, mas como se deve viver, tendo em conta um determinado número de condicionalismos. Esta não é a ideia de Jacques Demy, mas a crítica implícita que ele formula em relação á sociedade francesa de inícios da década de 60.
O filme não é só não-realista pela presença obsessiva da música, mas também por toda a sua composição plástica, onde sobressaem os cenários, todos eles decorados de forma garrida, com uma presença de cores dominantes impressionantes. São as paredes interiores, forradas a papel com desenhos e tonalidades invulgares, são as paredes exteriores que acompanham esta forma de combinar a expressividade dos cenários com a expressividade das acções e dos diálogos, definindo a dramaticidade de cada cena ou sequência. O filme termina em pleno Natal de 1963, e a presença da neve é outro elemento que Demy aproveita em favor do clima pretendido.
Enfim, uma obra-prima, com uma banda sonora que não se esquece, e uma Catherine Deneuve, em início de carreira, deslumbrante.

OS CHAPÉUS-DE-CHUVA DE CHERBURGO
Título original: Les parapluies de Cherbourg
Realização: Jacques Demy (França, RFA, 1964); Argumento: Jacques Demy; Produção: Mag Bodard, Gilbert de Goldschmidt, Pierre Lazareff; Música: Michel Legrand; Fotografia (cor): Jean Rabier; Montagem: Anne-Marie, Monique Teisseire; Design de produção: Bernard Evein; Guarda-roupa: Jacqueline Moreau; Maquilhagem: Christine Fornelli; Direcção de Produção: Charles Chieusse, Philippe Dussart, Maurice Urbain; Assistentes de realização: André Flédérick, Klaus Müller-Laue, Jean-Paul Savignac; Departamento de arte: Maurice Bourbotte, Jean Didenot, Joseph Gerhard, Claude Pignot; Som: François Musy; Companhias de produção: Parc Film, Madeleine Films, Beta Film; Intérpretes: Catherine Deneuve (Geneviève Emery), Nino Castelnuovo (Guy Foucher), Anne Vernon (Madame Emery), Marc Michel (Roland Cassard), Ellen Farner (Madeleine), Mireille Perrey (Tia Élise), Jean Champion (Aubin), Pierre Caden (Bernard), Jean-Pierre Dorat (Jean), Bernard Fradet, Michel Benoist, Philippe Dumat, Dorothée Blanck, Jane Carat, Harald Wolff, Danielle Licari, José Bartel, Christiane Legrand, Georges Blaness, Claudine Meunier, Claire Leclerc, Patrick Bricard, Jacques Camelinat, François Charet, Jean-Pierre Chizat, Jacques Demy (um cliente), Bernard Garnier, Gisèle Grandpré, Hervé Legrand,  Michel Legrand (Jean, voz a cantar), Myriam Michelson, Paul Pavel, Roger Perrinoz, Rosalie Varda, etc. Duração: 91 minutos; Distribuição em Portugal: Costa do Castelo Filmes (DVD); Classificação etária: M/ 12 anos.


CATHERINE DENEUVE (1943 - )
Catherine Fabienne Dorléac nsceu a 22 de Outubro de 1943, em Paris, França. O gosto pela representação aprendeu-o eu casa. O pai era um actot, Maurice Dorleác, e teve uma irmã, falecida muito precocemente, Françoise Dorléac, que era igualmente actriz. Chegaram a representar juntas, em “Les Demoiselles, de Rochefort”. Deneuve estreou-se no cinema aos 13 anos, em 1956, e durante a adolescência trabalhou em diversos pequenos filmes com o diretor Roger Vadim q               eu a lançou e com quem teve uma relação amorosa, de que resultou um filho, Christian Vadim. Mas foi em 1964, em Os Guarda Chuvas do Amor, de Jacques Demy, que Catherine Deneuve se afirmou definitivamente como uma das maiores actrizes francesas, reputação que foi mantendo dai até hoje. Entre 1965 e 1972, foi casada com o fotógrafo inglês David Bailey, o mesmo que haveria de inspirar Antonioni para o seu filme “Blow Up”. Conhece-se ainda uma outra relação importante, com o actor italiano Marcello Mastroianni, com quem teve uma filha, Chiara Mastroianni, em 1972. A sua carreira como interprete é uma sucessão de triunfo, derigida por grandes cineastas de todo o mundo, como Luis Buñuel, em “A Bela do Dia”, ou Roman Polanski., em “Repulsa”, ainda nos anos 60. Mas Luis Buñuel, François Truffaut, Jacques Demy, Lars von Trier, Tony Scott, Stuart Rosenberg, Marco Ferreri, Jean-Pierre Melville, Robert Aldrich, Jean-Paul Rappeneau, Claude Lelouch, Dino Risi, Raoul Ruiz, Alain Corneau ou André Téchiné, foram alguns dos mais notáveis cineastaa com quem cruzou a sua carrera. De André Téchiné tornou-se mesmo uma espécie de actriz fetichae aparecendo em diversas obras deste que é considerado um dos mais significativos cineastas da actualidade francesa. Um dia terá declarado que gostaria de trabalhar com Manoel de Oliveira e este fez-lhe a vontade por diversas ocasiões, a começar por “O Convento”.
Como símbolo de uma beleza elegante, aparentemente fria e distante, misteriosa no seu íntimo, Deneuve foi aproveitada para estar associada a grandes nomes da moda e dos perfumes. Foi um rosto do estilista Yves Saint Laurent e deu igualmente a cara pelos perfumes Chanel Nº 5, o mais vendido e famoso perfume do mundo por mais de duas décadas. Continuou ligada à publicidade, com Louis Vuitton ou os cosméticos Mac. Ganhou três Cesars para a Melhor Actriz Francesa, esteve nomeada para um Oscar por “Indochina”, que acabaria por ganhar o Oscar de Melhor Filme em Língua não inglesa, ganhou um BAFTA, ganhou o Festival de Cannnes e o de Veneza, e obteve um retumbante sucesso de público e critica com “8 Mulheres”, em 2002, ao lado de algumas das maiores atrizes francesas da altura, como Fanny Ardant e Emmanuelle Béart.


Filmografia:

Como actriz: 1956: Les Collégiennes, de André Hunebelle; 1960: Les portes claquent, de Jacques Poitrenaud, Michel Fermaud; L'Homme à femmes (Homens e Mulheres), de Jacques-Gérard Cornu; 1961: Les Parisiennes, de Marc Allégret (episódio “Sophie”); Ça c'est la vie, de Claude Choubier (curta-metragem); 1962: Les Petits Chats, de Jacques R. Villa; Et Satan conduit le bal, de Grisha M. Dabat; Le Vice et la Vertu, de Roger Vadim; 1963: Vacances portugaises ou Les Egarements (Os Sorrisos do Destino), de Pierre Kast; Les Plus Belles Escroqueries du monde (As Mais Belas Vigarices do Mundo), de Claude Chabrol (episódio “L'homme qui vendit la tour Eiffel”); 1964: Les Parapluies, de Cherbourg (Os Chapéus de Chuva de Cherburgo), de Jacques Demy; La Chasse à l'homme (Caça ao Homem), de Édouard Molinaro; Un monsieur de compagnie (Nasceu para seduzir), de Philippe, de Broc; La costanza della ragione, de Pasquale Festa Campanile; 1965: Le Chant du monde (Rudes Paixões), de Marcel Camus; Répulsion (Repulsa), de Roman Polanski; La Vie de château (Escândalo no Castelo), de Jean-Paul Rappeneau; Das Liebeskarussell (Engano Matrimonial), de Rolf Thiele (episódio “Angéla”); 1966: Les Créatures (Páginas Íntimas), de Agnès Varda; 1967: Les Demoiselles, de Rochefort (As Donzelas de Rochefort), de Jacques Dem; Belle de jour (A Bela de Dia), de Luis Buñuel; Benjamin ou les Mémoires de un puceau, de Michel Deville; Manon 70, de Jean Aurel; 1968: La Chamade (A Chamada), de Alain Cavalier; Mayerling (Mayerling), de Terence Young; Vienna: The years remembered, de Jay Anson (curta-metragem); La Sirène du Mississipi (A Sereia do Mississípi), de François Truffaut; 1969: April fools (Os Loucos do Amor), de Stuart Rosenberg; 1970: Tristana (Tristana, Amor Perverso), de Luis Buñuel; Peau de âne (A Princesa com Pele de Burro), de Jacques Demy; 1971: Ça n'arrive qu'aux autres (A Longa Jornada), de Nadine Trintignant; 1971: La Cagna (Liza, a Submissa), de Marco Ferreri; 1972: Un flic (Cai a Noite Sobre a Cidade), de Jean-Pierre Melville; L'Événement le plus important depuis que l'homme a marché sur la Lune (O acontecimento mais importante desde que o homem chegou à Lua), de Jacques Demy; Henri Langlois, de Elia Herson e Roberto Guerra (documentário); Le Dernier Cri des Halles, de Monique Aubert (documentário); 1973: Touche pas à la femme blanche! (Não Toques na Mulher Branca), de Marco Ferreri; 1974: Fatti di gente perbène (Histórias de Gente Bem), de Mauro Bologni; Zig-Zig, de László Szabó; La Femme aux bottes rouges, de Juan Luis Buñuel; L'Agression (A Agressão), de Gérard Pirès; 1975: Hustle (A Cidade dos Anjos), de Robert Aldrich; 1975: Le Sauvage (Meu Irresistível Selvagem), de Jean-Paul Rappen; 1976: Si c'était à refaire (Voltar a viver), de Claude Lelouch; Coup de foudre, de Robert Enrico (inacabado); 1976: Anima persa (Almas Perdidas), de Dino Risi; 1977: March or die ()A Legião Estrangeira, de Dick Richards; Casotto (Domingo na Praia), de Sergio Citti; 1978: L'Argent des autres (O Dinheiro dos Outros), de Christian, de Chalonge; 1978: Écoute voir, de Hugo Santiago; Ils sont grands, ces petits, de Joël Santoni; 1979: À nous deux (Uma Aventura para Dois), de Claude Lelouch; Courage fuyons (Coragem Fujamos), de Yves Robert; 1980: Le Dernier Métro (O Último Metro), de François Truffaut; Je vous aime (Os homens Que Eu Amei), de Claude Berri; 1981: Le Choix des armes (A Escolha das Armas), de Alain Corneau; Hôtel des Amériques (O Segredo do Amor), de André Téchiné; Reporters, de Raymond Depardon (documentário); 1982: Le Choc (Fuga para a Felicidade), de Robin Davis; 1983: L'Africain (Os Largos Horizontes da Aventura), de Philippe, de Broca; The Hunger (Fome de Viver), de Tony Scott; 1984: Le Bon Plaisir, de Francis Girod; Fort Saganne (Forte Saganne - O Herói do Deserto), de Alain Corneau; Paroles et musique (Letra e Música), de Élie Chouraqui; 1985: Speriamo che sia femmina (Oxalá Seja Menina!), de Mario Monicelli; 1986: Le Lieu du crime (O Local do Crime), de André Téchiné; Norma Jean, dite Marilyn Monroe57, de André Romus e Marcia Lerner (Documentário, Comentário); 1987: Agent trouble, de Jean-Pierre Mocky; 1987: Drôle de endroit pour une rencontre, de François Dupeyron; 1988: Fréquence meurtre (Frequência morte), de Élisabeth Rappeneau; 1989: Frames from the edge: Helmut Newton), de Adrian Maben (documentário); 1990: La Reine blanche, de Jean-Loup Hubert; 1991: Contre l'oubli (filme colectivo) (episódio “Pour Febe Elisabeth Velasquez”), de Chantal Akerman; 1992: Indochine (Indochina), de Régis Wargnier; 1993: Ma saison préférée (A Minha Estação Preferida), de André Téchiné; Les demoiselles ont eu 25 ans, de Agnès Varda (documentário); 1994: La Partie, de échecs, de Yves Hanchar; 1995: Les Cent et Une Nuits, de Simon Cinéma, de Agnès Varda; 1995: Le Couvent (O Convento), de Manoel, de Oliveira; 1995: L'Univers, de Jacques Demy, de Agnès Varda (documentário); N'oubliez jamais (en) - clip -, de Joe Cocker; 1996: Court toujours: L'Inconnu, de Ismaël Ferroukhi (curta-metragem, TV); Généalogies, de un crime (Genealogias de um Crime), de Raoul Ruiz; Les Voleurs (Os Ladrões), de André Téchiné; 1997: Pierre and Gilles: Love Stories, de Mike Aho (curta-metragem); Sans titre, de Leos Carax (curta-metragem); 1998: Place Vendôme, de Nicole Garci; 1999: Pola X (Pola X), de Leos Carax; Belle-maman, de Gabriel Aghion; Le Vent, de la nuit, de Philippe Garrel; Est-Ouest (Vida Prometida), de Régis Wargnier; Le Temps retrouvé (O Tempo Reencontrado), de Raoul Ruiz; The Book That Wrote Itself, de Liam O'Mochain; 2000: Dancer in the Dark (Dancer in the Dark), de Lars von Trie; Von Trier's: 100 ojne, de Katia Forbert (documentário); 2001: Huit femmes (8 Mulheres), de François Ozon; The Musketeer (O Mosqueteiro), de Peter Hyams; Le Petit Poucet, de Olivier Dahan; Je rentre à la maison (Vou para casa), de Manoel, de Oliveira; Absolument fabuleux, de Gabriel Aghion; Clouds: letters to my son, de Marion Hänsel (documentário, narração); 2002: Au plus près du paradis, de Tonie Marshall;  The Kids Stays in the Picture, de Nanette Burstein (documentário); Yves Saint-Laurent, 5 avenue Marceau 75116 Paris, de David Téboul (documentário); 2003: Un film parlé (Um filme falado), de Manoel, de Oliveira; Princesse Marie, de Benoît Jacquot (TV); Les Liaisons dangereuses, de Josée Dayan (TV); Le Génie français, de Josée Dayan e David Jankoswski (TV); 2004: Les Temps qui changent (Os Tempos que Mudam), de André Téchiné; Rois et Reine (Reis e Rainha), de Arnaud Desplechin; 2005: Palais Royal! (Dondoca à Força), de Valérie Lemercier; 2006: Le Concile de pierre (O Concílio de Pedra), de Guillaume Nicloux; Le Héros, de la famille, de Thierry Klifa; Nip/Tuck, de Charles Haid (TV); 2007: Après lui, de Gaël Morel; Persepolis, de Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi (voz); Frühstrück mit einer Unbekannten, de Maria Von Heland (TV); 2008: Un conte, de Noël (Um Conto de Natal), de Arnaud Desplechin; Mes stars et moi (As Minhas Estrelas), de Lætitia Colombani; Je veux voir (Eu Quero Ver), de Khalil Joreige e Joana Hadjithomas; Figures imposées, de Julien Doré (clip); 2009: Cyprien, de David Charhon; La Fille du RER, de André Téchiné; Bancs publics (Versailles Rive-Droite), de Bruno Podalydès; Mères et filles, de Julie Lopes-Curval; Lettre à Anna, de Eric Bergkrau (documentário, narração); 2010: L'Homme qui voulait vivre sa vie (Em Busca de Uma Nova Vida), de Éric Lartigau; Potiche (Potiche - Minha Rica Mulherzinha), de François Ozon; 2011: Les Yeux, de sa mère, de Thierry Klifa; Les Bien-Aimés (Os Bem-Amados), de Christophe Honoré; 2012: Astérix et Obélix: Au service, de sa Majesté (Astérix & Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade), de Laurent Tirard; Les Lignes, de Wellington (Linhas de Wellington), de Raoul Ruiz e Valeria Sarmiento; As Linhas de Torres Vedras, de Raoul Ruiz e Valeria Sarmiento (TV); O Theos agapaei to haviari, de Yannis Smaragdis; 2013: Elle s'en va (Ela Está de Partida), de Emmanuelle Bercot; 2014: Dans la cour, de Pierre Salvadori; L'Homme que l'on aimait trop (O Homem Demasiado Amado), de André Téchiné; Trois cœurs (3 Corações), de Benoît Jacquot; 2015: La Tête haute59, de Emmanuelle Bercot; Le Tout Nouveau Testament, de Jaco Van Dormael.

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