domingo, 9 de outubro de 2016

SESSÃO 41: 31 DE OUTUBRO DE 2016


BONNIE E CLYDE (1967)

Aquando da sua estreia, “Bonnie e Clyde” não teve o sucesso crítico que mereceria e, mais ainda, suscitou uma tremenda polémica nos EUA (e também em Portugal, e um pouco por todo o lado onde se exibiu) que teve por base a violência explosiva que testemunhava e que, por aquela altura (1967), não era muito vulgar no cinema. No ano seguinte, ao escrever no DL, considerei-o o “melhor filme do ano”, dizendo que tinha sido precocemente “arrumado nas prateleiras o arsenal de “Bonnie e Clyde”, calando as rajadas de metralhadoras, ocultando a mais desesperadamente bela morte do cinema moderno”.
Julgo que será interessante recuperar esse texto que me parece não só significativo de um tempo, como sobretudo da importância do filme e da sua perenidade. Ainda hoje, o seu arrojo espanta e o seu significado humano e sociológico perdura.
Rezava assim o que então escrevi: “Como por “vingança do destino”, “Bonnie e Clyde” renasceu. Na base deste acontecimento surpreendente e sem paralelo vamos encontrar razões de vária ordem: a maior das quais se estriba, certamente, no êxito tremendo que esta película de Arthur Penn despertou em todo o mundo. Êxito feito pelo público (única e exclusivamente), êxito que pode muito simplesmente significar uma identificação de propósitos e desespero entre as gerações destes anos agitados de 67-68 e as da época conturbada da Grande Depressão económica dos anos 30, período que permitiu o aparecimento de figuras como Bonnie e Clyde, agora ressuscitadas do esquecimento por uma juventude que se interroga, irada e impotente perante todos os crimes passados (e presentes).
Sobre o argumento de Robert Benton e David Newman, esta biografia de Bonnie e Clyde esteve para ser dirigida, primeiramente, por Truffaut, depois por Godard. Acabou por ser comprada por 75 000 dólares, mas ficou nas mãos de Warren Beatty, que decidiu entregá-la a Arthur Penn. O realizador, desiludido com os cortes sofridos por “Perseguição Impiedosa” (e impostos pela Columbia), decidira abandonar o cinema. Mas a história entusiasmou-o. Bem assim como as condições em que a mesma prometia vir a ser rodada: inteira liberdade de acção, assegurada por Warren Beatty, que funcionava como produtor, depois de ter conseguido um adiantamento reduzido de Jack Warner. Após algumas hesitações no que respeita à escolha da actriz que iria viver a personagem de Bonnie, o filme principiou, concluiu-se, estreou-se. Meia dúzia de pessoas assistiu à estreia; alguns críticos viram e não gostaram. Estamos na América de Lindsay Johnson, fins de 1967. Mas o público começou a ir. Na Europa, é o sucesso; na América, envergonhados, alguns críticos voltam à plateia, revêem e dão o dito por não dito: afinal, “Bonnie e Clyde” é um grande filme. Mas Bosley Crowther, no “New York Times”, diz três vezes que não. Na última, foi despedido, após muitos anos “de bons e leais serviços”. Foi a última vítima de Bonnie e Clyde (“Express”, Pierre Billard). Hoje, “Bonnie e Clyde” espera a consagração dos Óscares. Prevemos-lhe vários e todos inteiramente merecidos (não os teve, soube-se depois).
Do êxito ao mito foi um salto. Bonnie e Clyde surgem em cartazes, discos, propaganda, vestuário, moda. Com o nome de Bonnie and Clyde vendem-se carros, boinas, vestidos, fatos, cartazes, revistas. Warren Beatty e Faye Dunaway invadem todos os domínios, inquietantes...


No início da década de 30, nos E.U.A., existi­ram, em carne e sangue, dois gangsters de reputação lendária. Bonnie e Clyde roubavam bancos, ajudavam os camponeses, eram auxiliados por negros e pobres brancos, encarnando em si um ideal de justiça social que a Depressão e os seus anos de fome haviam afas­tado há muito da sociedade norte-americana. Rou­bando e matando depois (entrando numa engrenagem de que desconheciam as regras, mas de que suspeitavam o aliciante), Bonnie e Clyde transformaram-se num dos mais famosos casais de fora-da-lei de toda a América. Clyde, de metralhadora em punho e estranhamente impotente no amor; Bonnie, compondo poesia da sua vida aventurosa nos intervalos dos assaltos; ambos personificando a falência de um humanismo que os tomou reais. Eles, e ainda todos os outros que os rodeiam, os perseguem, prendem, auxiliam, encobrem ou matam, todos compõem o retrato de uma nação, de um povo, de uma época. E Arthur Penn vai até à minúcia, esgravata documentação do impossível, e descobre, para além do retrato, também a respiração, as veias, o sangue que corria na América de 30.
Depois, há ainda um ritmo: intercalado de situações burlescas e de cenas de uma violência trágica, desgastante, envolvente. Ao ritmo trepidante de uma balada do velho Oeste, que serve de pano de fundo a toda uma série de perseguições (comparáveis à comédia burlesca), sucede-se o crepitar medonho de metralhadoras despejando a morte (como os polícias negros da época); a uma cena de amor impossível nos campos verdes, selvagens e livres, justapõem-se os últimos olhares de um casal crivado de balas e jorrando sangue de mil chagas, sangue-sangue, vermelho, vivo e quente.
Cite-se ainda a interpretação de Faye Dunaway e Warren Beatty, que fazem de Bonnie e Clyde dois dos muitos anjos caídos, homens desalojados da sua condição, figuras à procura de um lugar, mas recusando entrar no único jogo que lhe indicam possível. Finalmente, assinale-se que Arthur Penn nos deu a obra-prima que vinha prometendo desde o início da sua carreira. Acrescente-se que promete mais, muito mais…”
Assim foi. Arthur Penn deu-nos depois obras magníficas, mas “Bonnie e Clyde” manteve-se o seu filme chave que, ainda hoje, permanece actual e permite as mais curiosas comparações com outros períodos da História, onde a crise económica, social e política segreda a marginalidade e o crime.
Arthur Hiller Penn nasceu em Filadélfia, a 27 de Setembro de 1922, e veio a falecer a 28 de Setembro de 2010, um dia depois de completar 88 anos. Começou a sua carreira na televisão, onde adquiriu celebridade como realizador, passando ao cinema em 1958, com “The Left Handed Gun” (Vício de Matar), a história do lendário Billy the Kid, interpretada por Paul Newman, demostrando desde logo as suas preocupações sociais e seu estilo. Seguiram-se “O Milagre de Anne Sullivan”, “Mickey One”, “Perseguição Impiedosa”, “Bonnie e Clyde”, que o consagrou definitivamente, “O Restaurante de Alice”, “O Pequeno Grande Homem”, “Duelo no Missouri”, e mais alguns títulos que o colocaram entre os grandes autores de Hollywood, entre os anos 60 e 80.

BONNIE E CLYDE (1967)
Titulo original : Bonnie and Clyde
Realização: Arthur Penn (EUA, 1967); Argumento: David Newman, Robert Benton, Robert Towne; Produção: Warren Beatty; Música: Charles Strouse; Fotografia (cor): Burnett Guffey; Montagem: Dede Allen; Direcção artística: Dean Tavoularis; Decoração: Raymond Paul; Guarda-roupa: Theadora Van Runkle; Maquilhagem: Robert Jiras, Gladys Witten; Direcção de produção: Russell Saunders; Assistentes de realização: Jack N. Reddish; Departamento de arte: Stuart Spates; Som: Francis E. Stahl, Dan Wallin; Efeitos especiais: Danny Lee; Companhias de produção: Warner Brothers/Seven Arts, Tatira-Hiller Productions; Intérpretes: Warren Beatty (Clyde Barrow), Faye Dunaway (Bonnie Parker), Michael J. Pollard (C.W. Moss), Gene Hackman (Buck Barrow), Estelle Parsons (Blanche), Denver Pyle (Frank Hamer), Dub Taylor (Ivan Moss), Evans Evans (Velma Davis), Gene Wilder (Eugene Grizzard), Martha Adcock, Harry Appling, Owen Bush, Mabel Cavitt, Patrick Cranshaw, Frances Fisher, Sadie French, Garry Goodgion, Clyde Howdy, Russ Marker, Ken Mayer, Ken Miller, Ann Palmer, Stuart Spates, James Stiver, Ada Waugh, etc. Duração: 112 minutos; Distribuição em Portugal (DVD): Zon Lusomundo; Classificação etária: M/16 anos; Data de estreia em Portugal: 1 de Dezembro de 1967.


FAYE DUNAWAY (1941 - )
Dorothy Faye Dunaway nasceu a 14 de Janeiro de 1941, em Bascom, Flórida, EUA. A mãe era Grace Smith e o pai MacDowell Dunaway, Jr, oficial do exército. Viajando muito pelos EUA e pela Europa, eram frequentes as zangas, até chegar o divórcio. Com dez anos Dorothy Faye Dunaway viu-se na contingência de sobreviver quase por si só. Estudou dança, piano, canto, estudou na universidade de Boston. Em 1962, com 21 anos, estuda teatro na American National Theater and Academy. Notada por Lloyd Richards, indicada a Elia Kazan, integra o elenco da Lincoln Center Repertory Company, onde cresce como actriz, apesar da sua vida instável, emocionalmente perturbada, sendo frequente a sua visita a psicanalistas. Mas o sucesso avizinha-se. No cinema estreia-se num pequeno papel em “O Incerto Amanhã”, de Otto Preminger, mas foi, pouco depois, quando protagonizou “Bonnie & Clyde”, ao lado de Warren Beatty, que a sua sorte mudou de vez, chegando rapidamente ao estatuto de vedeta, uma mistura explosiva de mulher fria e sensual, de verdadeiro sex symbol da nova América dos anos 60. A carreira entrou em contínua ascensão e participa num importante conjunto de obras, a começar por “The Thomas Crown Affair”, de Norman Jewison; Amanti, de Vittorio, de Sica; 1969: “The Arrangement”, de Elia Kazan, “Little Big Man”, de Arthur Penn, “Chinatown”, de Roman Polanski, “Three Days of the Condor”, de Sydney Pollack, até culminar com “Network”, de Sidney Lumet, em 1976, que lhe valeu o Oscar de Melhor Actriz.
A partir dos anos 80, a sua carreira conhece alguma perda de fulgor, com aparecimento em filmes menos interessantes. Tem fama de ser “difícil”, e a sua interpretação em “Mommie Dearest”, de Frank Perry (1981) parece ter contribuído para esta fama. Ela própria explica o relativo apagamento da sua imagem com este filme que ela detesta e que, parece, gostaria de fazer desaparecer da sua filmografia: “Este filme arruinou a minha carreira como actriz principal, porque o meu desempenho foi muito bom num papel odioso, que provocou grande antipatia entre o público cinéfilo”.
Faye foi casada duas vezes, a primeira com Peter Wolf, cantor do grupo de rock J. Geils Band, nos anos 70 e com o fotógrafo inglês Terry O’Neil, com quem teve um filho. Faye Dunaway recebeu, ao longo da sua carreira, inúmeros prémios e distinções, entre eles um Oscar, dois BAFTAS, quatro Globos de Ouro. Tem uma estrela que lhe foi atribuída no Hollywood Walk of Fame, junto ao nº 7021 de Hollywood Boulevard. Em Outubro de 1997, a revista Empire organizou um inquérito para saber quais as maiores vedetas de todos os tempos. Faye Dunaway surgiu em 65º lugar.


Filmografia
Como Actriz: 1967: Hurry Sundown (O Incerto Amanhã), de Otto Preminger; The Happening (Os Devassos), de Elliot Silverstein; Bonnie and Clyde (Bonnie e Clyde), de Arthur Penn; 1968: The Thomas Crown Affair (O Grande Mestre do Crime), de Norman Jewison; Amanti (Um Lugar para Amar), de Vittorio, de Sica; 1969: The Extraordinary Seaman (O Marinheiro Fantástico), de John Frankenheimer; The Arrangement (O Compromisso), de Elia Kazan; 1970: Little Big Man (O Pequeno Grande Homem), de Arthur Penn; Puzzle of a Downfall Child (Tempo, de Viver), de Jerry Schatzberg; 1971: La Maison sous les arbres (Uma Casa à Sombra das Árvores), de René Clément; Doc (Vento do Oeste), de Frank Perry; 1973: Oklahoma Crude (O Poço do Ódio), de Stanley Kramer; 1973: The Three Musketeers (Os Três Mosqueteiros - os diamantes da Rainha), de Richard Lester; 1974: Chinatown (Chinatown), de Roman Polanski; Four Musketeers (Os Quatro Mosqueteiros: A Vingança, de Milady), de Richard Lester; The Towering Inferno (A Torre do Inferno), de John Guillermin e Irwin Allen; 1975: Three Days of the Condor (Os Três Dias do Condor), de Sydney Pollack; 1976: Network (Escândalo na TV), de Sidney Lumet; Voyage of the Damned (A Viagem dos Malditos), de Stuart Rosenberg; 1978: Eyes of Laura Mars (Os Olhos, de Laura Mars), de Irvin Kershner; 1979: The Champ (O Campeão), de Franco Zeffirelli; 1980: The First Deadly Sin (O Primeiro Pecado Mortal), de Brian G. Hutton; 1981: Mommie Dearest (Querida Mãezinha), de Frank Perry; 1983: The Wicked Lady (A Dama Perversa), de Michael Winner; 1984: Supergirl (Supergir), de Jeannot Szwarc; 1985: Ordeal by Innocence (A Forca para Um Inocente), de Desmond Davis; 1987: Barfly (Barfly - Amor Marginal), de Barbet Schroeder; 1988: Midnight Crossing (Cruzeiro Sem Regresso), de Roger Holzberg; La partita, de Carlo Vanzina; Burning Secret (Segredo Ardente), de Andrew Birkin; 1989: In una notte di chiaro di luna (Morte Silenciosa), de Lina Wertmüller; Wait Until Spring, Bandini (A Primavera Virá, Bandini), de Dominique Deruddere; 1990: The Handmaid's Tale (A História da Aia), de Volker Schlöndorff; 1990: The Two Jakes (O Caso da Mulher Infiel), de Jack Nicholson (voz); 1991: Scorchers (Corpos Ardentes), de David Beaird; 1992: Lahav Hatzui, de Amos Kollek; 1993: Arizona Dream (Arizona), de Emir Kusturica; The Temp (Ambição Sem Limites), de Tom Holland; 1995: Don Juan DeMarco (Don Juan DeMarco), de Jeremy Leven; Drunks, de Peter Cohn; 1996: Dunston Checks In (Macaco à Solta, Pânico no Hotel), de Ken Kwapis; 1996: Albino Alligator (Albino Aligator), de Kevin Space; The Chamber (A Câmara Encerrada), de James Foley; 1997: The Twilight of the Golds), de Ross Kagan Marks; 1997: En brazos, de la mujer madura), de Manuel Lombardero; 1999: Love Lies Bleeding, de William Tannen; The Thomas Crown Affair (O Caso Thomas Crown), de John McTiernan; 1999: The Messenger: The Story of Joan of Arc (Joana de Arc), de Luc Besson; 1999: The Yards (Nas Teias da Corrupção), de James Gray; 2000: Stanley's Gig, de Marc Lazard; 2001: Yellow Bird, de Faye Dunaway (curta-metragem); Festival in Cannes, de Henry Jaglom; 2002: Mid-Century, de Scott Billups; Changing Hearts (Corações Quebrados), de Martin Guigui; The Rules of Attraction (As Regras da Atracção), de Roger Avary; 2002: Man of Faith ou The Calling, de Damian Chapa; 2003: Blind Horizon (O Assassino do Presidente), de Michael Haussman; 2004: Last Goodbye, de Jacob Gentry; El Padrino, de Damian Chapa; Jennifer's Shadow, de Daniel, de la Vega et Pablo Parés; 2005: Ghosts Never Sleep, de Steve Freedman; 2006: Cut Off (O Roubo), de Gino Cabanas; Love Hollywood Style, de Michael Stein; Rain, de Craig DiBona; La rabbia, de Louis Nero; 2007: Killer Hacker (The Gene Generation), de Pearry Reginald Teo; 2007: Cougar Club, de Christopher Duddy; 2007: Say It in Russian, de Jeff Celentano; 2007: Flick, de David Howard; 2008: Fashion: The Movie, de Jeff Espagnol; 2009: The Seduction of Dr. Fugazzi, de October Kingsley; 2009: Balladyna, de Dariusz Zawislak; 2009: The Magic Stone, de Jowita Gondek; 2009: 21 and a Wake-Up, de Chris McIntyre; 2012: Master Class,, de Faye Dunaway

Televisão: 1965: Seaway; 1969: The Trials of O'Brien; 1971: Great Performances: Hogan's Goat, de Glenn Jordan; 1972: The Woman I Love, de Paul Wendkos; 1974: After the Fall, de Gilbert Cate;1976: The Disappearance of Aimee, de Anthony Harvey; 1981: Evita Peron, de Marvin J. Chomsk; 1982: The Country Girl, de Gary Halvorson e Michael Montel; 1984: Ellis Island, de Jerry London; 1985: Christopher Columbus, de Alberto Lattuad; Thirteen at Dinner, de Lou Antonio; 1986: Raspberry Ripple, de Nigel Finch; Beverly Hills Madam, de Harvey Hart; 1987: Casanova, de Simon Langton; 1989: Cold Sassy Tree, de Joan Tewkesbury; 1990: Silhouette, de Carl Schenkel; 1993: It Had to Be You Columbo, de Vincent McEveety; 1995: A Family Divided, de Donald Wrye; Road to Avonlea 1996: The People Next Door,, de Tim Hunte; 1997: Rebecca, de Jim O'Brien; 1998: Gia, de Michael Cristofer; A Will of Their Own, de Karen Arthur; 2000: Running Mates, de Ron Lagomarsino; Stanley's Gig; 2001: Touched by an Angel; 2002: Soul Food; The Biographer: Diana - La vérité interdite, de Philip Saville; 2002-2003: Alias; 2004: Anonymous Rex, de Julian Jarrold; Back When We Were Grownups, de Ron Underwood; 2006: CSI: Crime Sob Investigação; 2007: Pandemic, de Armand Mastroianni; 2009: Grey's Anatomy (Anatomia de Grey); Midnight Bayou; 2010: A Family Thanksgiving; Earth Ring (curta-metragem);


Teatro: 1961-1963: A Man for All Seasons, de Robert Bolt; 1961-1963: After the Fall, de Arthur Miller, encenação de Elia Kazan; 1965: Infirmière84; 1964: But For Whom Charlie, de S. N. Behrman, encenação de Elia Kazan; 1964: The Changeling, de Thomas Middleton e William Rowley, encenação de Elia Kazan; Femme, de chambre86; 1982: The Curse of an Aching Heart, de William Alfred, encenação de Gerald Gutierrez.

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