BONECA DE LUXO (1961)
O
romance donde parte “Boneca de Luxo” traz a assinatura de Truman Capote e tem o
título homónimo do filme no original, “Breakfast at Tiffany's”. A sequência
inicial mostra-nos Audrey Hepburn (Holly Golightly / Lula Mae Barnes) frente a
uma das montras da joalharia Tiffani’s comendo um croissant, bebendo leite de
pacote, olhando as jóias do seu encantamento. A banda sonoro é “Blue Moon”. Não
se pode ser mais romântico e, todavia, este é um filme de uma muito saudável
amoralidade, ou não fosse Capote o seu autor literário. Sobre isso há desde já
que dizer que Blake Edwards e o seu argumentista George Axelrod alteraram
bastante alguns aspectos do romance para o encaixar numa mais aceitável versão
de grande público. Paul Varjak (George Peppard), por exemplo, no romance é
assumidamente homossexual, e Holly
Golightly não é apenas uma acompanhante de luxo de homens ricos, mas igualmente
de mulheres. O filme ignora ambas as questões e cria para Varjak uma senhora
casada, bem instada na vida (Patricia Neal), que lhe decora o apartamento e lhe
deixa ainda generosos cheques na mesa da sala, antes de sair satisfeita dos
seus encontros. Não se pode dizer que a moralidade seja recuperada
inteiramente, mas é mais atenuada.
É
Varjak quem resume a história quando tenta iniciar um novo romance: “era uma
vez uma bela rapariga que vive com um gato sem nome…” Vem a saber-se depois que
a bela rapariga que vive em Nova Iorque nasceu no Texas, casou aos 14 anos
com Doc Golightly (Buddy Ebsen), tem um
irmão, Fred, que adora, fugiu de uma vida miserável e anónima para se instalar
em Nova Iorque fazendo valer a sua beleza e outros encantos a homens que ela
seduz em busca de um casamento rico. Tem realmente um gato, a que chama Gato,
porque um gato não tem nome, não pertence a ninguém, como ela própria. Ela ama
coisas bravias, julga-se indomável, não acredita no amor, ou pelo menos julga
não acreditar, pede 50 dólares ao acompanhante sempre que vai ao toilette, é um
estouvada que não se preocupa com as festas que dá e o barulho que provocam (o
que leva o chinês do andar de cima a protestar continuamente e a ameaçar chamar
a polícia…) e a sua boquilha enorme é bem capaz de provocar um incêndio no
chapéu de uma qualquer convidada. De resto, rega plantas com whisky, o que é
sempre de bom tom. Hepburn que tem uma carreira carregada de sucessos e de
fulgurantes interpretações tem aqui o papel de uma vida (mas, neste caso,
Hepburn é como os gatos, tem sete vidas).
Deliciosamente
tresloucada e ingénua nalguns aspectos da vida, pelo menos assim parece, tem
mesmo como padrinho um velhote simpático que ela visita semanalmente na prisão
de Sing Sing. Para lhe entregar o “boletim meteorológico” e receber 100 dólares
em troca. Claro que um dia vai ter problemas com as autoridades da brigada
antidroga.
Tiffani’s
é a sua obsessão e não é de estranhar que quando o prometedor escritor consegue
ter 10 dólares vão os dois à joalharia procurar alguma coisa desse preço.
Obviamente tarefa impossível, a não ser para um pequeno dedilhador de prata
para telefone, bizantinice que não está nos propósitos do casal. Mas o bem
avontadado empregado da Tiffani’s além de ter seguramente apadrinhado
financeiramente o filme (em boa hora!), ainda aceita gravar as iniciais da
Holly num anel que lhes saiu no equivalente americano da Farinha Amparo. Blake
Edward é um realizador por vezes brilhante com um sentido da comédia admirável.
Além deste esplêndido “Breakfast at Tiffany's”, assinou comédias como “10”, a
notável série inicial da “Pantera Cor-de-Rosa”, “Darling Lili”, “The Great
Race”, o fabuloso “The Party”, “That's Life!”, "S.O.B." ou “Victor/Victoria”, o que não o impediu de
rodar um drama espantoso, “Days of Wine and Roses”, ou um western extremamente
interessante, “Wild Rovers”, entre muitos outros títulos a merecer atenção.
O filme
tornou célebre o nº 167 East 71st Street, em Manhattan, Nova Iorque, e seu o
poster, que aparece em dezenas e dezenas de quartos de jovens em diversas
outras películas, foi considerado o 18º melhor cartaz de sempre num inquérito,
“"The 25 Best Movie Posters Ever" organizado pela revista “Premiere”.
Curiosamente
quem estava para interpretar o principal papel feminino de “Breakfast at
Tiffany's” era Marilyn Monroe, que, alguns anos antes, tinha aparecido, sob as
ordens de Billy Wilder, “O Pecado Mora ao Lado”. Ambos os filmes convocam
algumas similitudes. Mas Marilyn, que julgo teria sido igualmente uma óptima
escolha, ainda que num outro registo, escusou-se. Quem a aconselhou foi Lee
Straberg, o guru do Actor’s Studio, que não viu com bons olhos a actriz a
interpretar um papel de prostituta de luxo. Foi então convidada a belga Audrey
Hepburn. O filme foi começado a rodar por John Frankenheimer, mas Hepburn não
se deu bem com ele e este acabou substituído por Blake Edwards.
O
elenco é todo ele de luxo, para lá de Audrey Hepburn que, como já vimos, é
sumptuosa na composição de Holly Golightly. Mas George Peppard, longe dos
filmes catástrofe em que parece ter-se especializado, está muito bem no
discreto e tímido escritor Paul "Fred" Varjak, Patricia Neal é uma
convincente decoradora em crise de meia idade, Buddy Ebsen é o compreensível e
saudoso Doc Golightly, Martin Balsam é O. J. Berman, um dos muitos
generosos contribuintes para a boa vida de Holly, o VIP espanhol José Luis de
Vilallonga passa por José da
Silva Pereira, um brasileiro cobardolas, muito cioso d seu bom nome, John
McGiver é o impagável vendedor da Tiffany's e Mickey Rooney interpreta o impagável Sr. Yunioshi, um chinês
resmungão, que antecipa de alguns anos a personagem do chinês ajudante de Peter
Seller na serie A Pantera Cor-de-rosa.
“Breakfast
at Tiffany's” recebeu diversos prémios e nomeações. Foi nomeado para cinco
categorias do Oscar, vencendo duas, três nos Globos de Ouro e cinco nomeações
para os Grammy. Nos Oscars as nomeações foram para Audrey Hepburn, para o
argumentista George Axelrod e
para a direcção artística, Hal Pereira, Roland Anderson, Samuel M. Comer e Ray
Moyer; Ganhou os Oscars de Melhor partitura, Henry Mancini, e Melhor Canção , a magnífica "Moon River",
igualmente de Henry Mancini, escrita igualmente para este filme e, mais ainda,
para a voz de Audrey Hepburn. Esta a cantá-la no canto de uma janela,
dedilhando uma guitarra tornou-se numa das imagens de marca do filme e de uma
certa época.
BONECA DE LUXO
Título original: Breakfast at
Tiffany's
Realização: Blake
Edwards (EUA, 1961); Argumento: George Axelrod, segundo romance de Truman
Capote; Produção: Martin Jurow, Richard Shepherd; Música: Henry Mancini;
Fotografia (cor): Franz Planer, Philip H. Lathrop; Montagem: Howard A. Smith;
Casting: Marvin Paige; Direcção artística: Roland Anderson, Hal Pereira;
Guarda-roupa: Hubert de Givenchy, Edith Head, Pauline Trigere, Joan Joseff;
Decoração: Sam Comer, Ray Moyer; Maquilhagem: Nellie Manley, Wally Westmore;
Assistentes de realização: William McGarry; Departamento de arte: Gene
Lauritzen, Robert McGinnis; Som: Hugo Grenzbach, John Wilkinson, Richard
Gramaglia; Efeitos visuais: Farciot Edouart, John P. Fulton; Companhias de
produção: A Jurow-Shepherd Production; Intérpretes:
Audrey Hepburn (Holly Golightly), George Peppard (Paul Varjak), Patricia Neal
(2-E), Buddy Ebsen (Doc Golightly), Martin Balsam (O.J. Berman), José Luis de
Vilallonga (José), John McGiver (vendedor de Tiffany), Alan Reed (Sally
Tomato), Dorothy Whitney (Mag Wildwood), Beverly Powers (Stripper), Stanley
Adams (Rusty Trawler), Claude Stroud (Sid Arbuck), Elvia Allman, Orangey (o
gato), Mickey Rooney (Mr. Yunioshi), Alfred Avallone, Janet Banzet, Henry
Barnard, Henry Beckman, Nicky Blair, Mel Blanc, Bill Bradley, Thayer Burton,
Florine Carlan, Sue Casey, Roydon Clark, Marian Collier, Christine Corbin, Dick
Crockett, Tom Curtis, Tommy Farrell, James Field, George Fields, Joe Gray,
Joseph J. Greene, Barbara Kelley, Kip King, Frank Kreig, Gil Lamb, Hanna Landy,
James Lanphier, Mary LeBow, Paul Lees, Leatrice Leigh, Mel Leonard, Mike
Mahoney, Frank Marth, Fay McKenzie, Joyce Meadows, Hollis Morrison, Kate
Murtagh, Bill Neff, Miriam Nelson, Chuck Niles, Peggy Patten, Robert Patten,
John Perri, Michael Quinlivan, William Benegal Rau, Joe Scott, Charles
Sherlock, Annabella Soong, Helen Spring, Joan Staley, Nino Tempo, Towyna
Thomas, Glen Vernon, Linda Wong, Wilson Wood, Richard Wyler, Michael Zaslow,
etc. Duração:
115 minutos; Distribuição em Portugal (DVD): Paramount / Lusomundo;
Classificação etária: M/ 12 anos.
AUDREY HEPBURN (1929- 1993)
Quando
ainda adolescente, mas já apaixonado por cinema, escrita e belas mulheres, vi
“Guerra e Paz”, de King Vidor, e achei (e escrevi-o num jornal de Portalegre,
cidade onde então vivia), que Audrey Hepburn era uma Natasha Rostova sem igual.
A minha paixão por Audrey Hepburn permanece e resiste ao tempo. Acho que nunca
vi um mau filme com esta actriz.
Audrey
Kathleen Ruston, conhecida no cinema por Audrey Hepburn, nasceu a 4 de Maio de
1929, em Bruxelas, Bélgica, e viria a falecer a 20 de Janeiro de 1993, em
Tolochenaz, Vaud, na Suíça. Se há actriz
de sangue azul, autêntico e certificado, é esta. A mãe era a baronesa
holandesa, Ella van Heemstra, e o pai, Joseph Victor Anthony Ruston, empresário
nascido na Boémia, com ascendência inglesa e austríaca. O pai descobre nos seus
ancestrais o nome de família Hepburn, que lhe acrescenta oficialmente. Passa a
chamar-se Audrey Kathleen Hepburn-Ruston. Com o divórcio dos pais, Audrey
viajou com a mãe para Londres, onde estudou. De regresso à Holanda, passou por
privações várias durante a ocupação nazi. Chegou a comer folhas e bolbos de
tulipas para sobreviver e assistiu à tortura e morte de familiares pelos nazis.
Para a libertar da sua ascendência inglesa, mal vista pelos nazis, a mãe
mudou-lhe nesse período o nome de Audrey para Edda. Depois da Libertação,
regressou aos estudos em Londres, ingressou na escola de ballet de Marie
Rambert (de onde saiu por ser alta demais e não ter vocação), trabalhou como
modelo e ingressou no cinema em 1948, num pequeno papel, em “Nederlands in 7
lessen”, de Charles Huguenot van der Linden. Conhece Colete, que a escolhe para
interpretar “Gigi” no teatro. Em 1951, com “Young Wives' Tale”, chama a atenção
e, dois anos depois, é o triunfo, já na produção norte americana, com “Férias em Roma”, de William Wyler, que se
torna um grande sucesso de público e crítica e com o qual Audrey Hepburn ganha
o Oscar de Melhor Actriz. Três dias depois ganha o Emmy pelo seu trabalho em
teatro, na peça “Gigi”. Carreira fulgurante e triunfal. Ela não apresenta os
atributos das "sex goddesses" dessa época, mas em contrapartida
apresenta um beleza sofisticada, aureolada com alguma inocência e muita classe.
Depois de “Férias em Roma” (1953) a carreira prossegue com obras que se tornam
clássicos de um certo tipo de comédias românticas como “Cinderela em Paris”, “Sabrina”,
“Ariane”, ou dramas como “A História de
Uma Freira” (1959). Com “Boneca de Luxo” (1961) transforma-se num ícone de
ressonância mundial, o que se mantém nas obras posteriores, “Charada” (1963),
“Minha Linda Lady” (1964), terminando a sua filmografia com alguns títulos que
fogem ao seu registo tradicional, “Caminho para Dois” (1967), e o filme de
terror “Os Olhos da Noite” (1967). Depois deste filme, apresentaram-lhe
propostas para aparecer em muitos outros, como “Adeus, Mr. Chips” (1969), “40,
Idade Perigosa” (1973), “Nicolau e Alexandra” (1971), “O Exorcista” (1973),
“Voando Sobre Um Ninho de Cucos” (1975), “Uma Ponte Longe Demais” (1977) ou “A
Grande Decisão” (1977), mas recusou-os todos. Depois de ter casado com o
psiquiatra Andrea Dotti, foram raras as suas aparições no cinema. Regressou em
1976, em “A Flecha e a Rosa”, de Richard Lester, e podemos ainda vê-la em
“Laços de Sangue” e “Romance em Nova Iorque”, antes de dar por terminada a carreira
em “Sempre”, de Steven Spielberg. Em 1988, Audrey tornou-se Embaixadora
Especial das Nações Unidas, UNICEF, desenvolvendo esforços para ajudar as
crianças da América Latina e de África. Na votação do American Film Institute
relativa às “50 Greatest Screen Legends” aparece em terceiro lugar. Foi
considerada uma das mais belas mulheres de sempre em vários inquéritos, como os
das revistas “People”, “Entertainment Weekly”, "New Woman",
“Premiere” e “Empire”. Morreu a 20 de Janeiro de 1993, em Tolochnaz, na Suíça,
vítima de um cancro. Casada com o actor Mel Ferrer (1954 - 1968), que conheceu
durante uma festa dada por Gregory Peck, e, posteriormente, com o Dr. Andrea
Dotti (1969 - 1982). Viveu os últimos anos da vida na Suíça, na companhia de
Robert Wolders, um actor holandês. Falava fluentemente diversas línguas:
inglês, holandês, espanhol, francês e italiano. Henry Mancini afirmou que o
tema “Moon River” tinha sido escrito para ela cantar e que ela o cantou como
ninguém mais, apesar de centenas de versões, algumas de vozes como a de
Sinatra. O seu papel de Holly Golightly, em “Boneca de Luxo” foi considerada a
32ª melhor interpretação de sempre na votação do “Première Magazine”, “100
Greatest Performances of All Time” (2006). Recusou interpretar “O Diário de
Anne Frank” (1959) para não reviver os horrores passados sob a dominação nazi
na Holanda. Quando tinha 16 anos, durante a batalha de Arnhem, Audrey foi
enfermeira voluntária e tratou um jovem militar inglês ferido, Terence Young,
que, mais de 20 anos depois, seria seu director em “Os Olhos da Noite” (1967).
Oscar
para Melhor Actriz em “Férias em Roma” (1953) e Oscar Especial por razões
Humanitárias em 1993. Nomeada por
mais quatro vezes: “Sabrina” (1954), “The Nun's Story” (1959), “Breakfast at
Tiffany's” (1961), “Wait Until Dark” (1967). Foi uma das raras actrizes a ganhar
Oscar, Globo, Tony, Emmy e Grammy. Entre os seus amigos mais chegados
contavam-se Elizabeth Taylor, Eva Gabor, Peter Bogdanovich, Blake Edwards,
Julie Andrews, Shirley MacLaine, Gregory Peck, Ben Gazzara e Capucine. Ganhou o
Tony Award de Melhor Actriz em 1954, com “Ondine” e em 1968 um Tonny honorário.
Ganhou o Globo de Ouro, em 1953, com “Roman Holiday” e o Prémio Cecil B.
DeMille, em 1990, um Prémio Honorário. Ganhou três BAFTAS, para “Roman
Holiday”, “The Nun’s Story” e “Charade”. A 8 de Fevereiro de 1960 foi-lhe dada
uma estrela no Passeio da Fama de
Hollywood. No ano de 2000 foi lançado o filme “The Audrey Hepburn Story”, uma
homenagem a Audrey, com Jennifer Love Hewitt no papel principal.
Filmografia
Como
actriz: 1948: Nederlands in 7 lessen, de Charles Huguenot van der Linden; 1949:
Sauce Tartare (TV); 1950: Saturday-Night Revue (TV); 1951: One Wild Oat, de
Charles Saunders; Laughter in Paradise (Uma Bela Piada), de Mario Zampi; Young
Wives’ Tale, de Henry Cass; The Lavender Hill Mob (Roubei Um Milhão), de
Charles Crichton; BBC Sunday-Night Theatre (TV) – episódio The Silent Village;
1952: The Secret People, de Thorold Dickinson; Nous irons à Monte-Carlo ou
Monte Carlo Baby (Iremos a Monte Carlo), de Jean Boyer; CBS Television Workshop
(TV); 1953: Roman Holiday (Férias em Roma), de William Wyler; 1954: Sabrina
(Sabrina), de Billy Wilder; 1956: War and Peace (Guerra e Paz), de King Vidor;
1957: Funny Face (Cinderela em Paris), de Stanley Donen; Love in the Afternoon
(Ariane), de Billy Wilder; Producers' Showcase (TV) – episódio Mayerling; 1959:
Green Mansions (A flor que não morreu), de Mel Ferrer; 1959: The Nun’s Story (A
História de Uma Freira), de Fred Zinnemann; 1960: The Unforgiven (O Passado Não
Perdoa), de John Huston; 1961: Breakfast at Tiffany’s (Boneca de Luxo), de
Blake Edwards; The Children’s Hour (A Infame Mentira), de William Wyler; 1963:
Charade (Charada), de Stanley Donen; 1964: Paris When it Sizzles (Quando Paris
delira), de Richard Quine; My Fair Lady (Minha Linda Lady), de George
Cukor; 1966: How to steal a million
(Como Roubar Um Milhão), de William Wyler; 1967: Two for the Road (Caminho para
Dois), de Stanley Donen; Wait Until Dark (Os Olhos da Noite), de Terence Young;
1976: Robin and Marian (A Flecha e a Rosa), de Richard Lester; 1979: Bloodline
(Laços de Sangue), de Terence Young; 1981: They All Laughed (Romance em Nova
Iorque), de Peter Bogdanovich; 1987: Love Among Thieves (TV);1989: Always
(Sempre), de Steven Spielberg.
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