segunda-feira, 21 de novembro de 2016

SESSÃO 45: 5 DE DEZEMBRO DE 2016


O PORTEIRO DA NOITE (1973)

“O Porteiro da Noite”, da bastante irregular cineasta italiana Liliana Cavani, é, no mínimo, um projecto provocador, inquietante, resvalando por entre ambientes sórdidos, recordações malsãs, ambiguidades amorosas e equívocas personagens. Este é, todavia, estilisticamente, um dos seus filmes mais conseguidos, não tanto pela cuidada e eficaz “mise-en-scène” que tenta reconstituir, de forma naturalista, um tempo histórico, mas sim pela sua “representação” algo estilizada, jogando mais com a memória de um tempo do que com a recuperação histórica.
Áustria, 1957, assim começa. Num pequeno hotel de Viena, Maximilian Theo Aldorfer (Dirk Bogarde) é o porteiro da noite. Durante a II Guerra Mundial fora oficial da polícia nazi, e tinha como passatempo preferido registar em filme os milhares de presos que chegavam diariamente a campos de concentração, como o de Dachau. Filmava a humilhação, o desespero, a nudez, a fragilidade dos corpos e dos rostos, as lágrimas e a raiva, a angústia e o progressivo desalento, a entrega a um destino de dor. Estas sequências relembram obviamente “Peeping Tom”, de Michael Powell, uma obra de 1960, que analisa o comportamento conturbado de um “serial killer” que filmava os últimos momentos de horror das suas vítimas prestes a morrer. Curiosamente, o argumento partia de uma obra escrita por um criptógrafo que trabalhou durante a II Guerra Mundial, Leo Marks. Não será, pois, por acaso que se podem cruzar influências, elas são visíveis e declaradas.
De entre os milhares de rostos que Max registou, ele isolou o de uma mulher ainda jovem, Lucia Atherton (Charlotte Rampling). Isolou-a na câmara, isolou-a para seu prazer, manipulou-a como quis, serviu-se dela, acorrentou-a, violou-a, protegeu-a, levou-a a festas de nazis, onde Lucia aceitou o papel de nazi, progressivamente apaixonou-se por essa mulher, sua escrava. A guerra acabou, dez anos depois Lucia é mulher de um maestro de orquestra americano, que vem a Viena dirigir “A Flauta Mágica”. O casal instala-se no pequeno “Hotel da Ópera” e Lucia e Max cruzam olhares surpresos quando ela vai buscar a chave do quarto e ele lha entrega. O filme começa aí, no presente, os tempos do campo de concentração são flashbacks que um e outro recordam. As memórias são obviamente de dor, mas igualmente de prazer. Da parte de um e outro. Lucia percebe-se que retirara prazer desse tempo de cativeiro, de tortura, de escravidão. Max também apreciara esses dias de prazer violentamente roubado, de criminosos orgasmos retirados a uma vítima indefesa que, todavia, também gozava com os mesmos. Em 1973 um tal tema era não só escandaloso, como politicamente muito incorrecto.


Numa entrevista concedida aquando da estreia da obra, a cineasta explicou como lhe surgiu a ideia de rodar “O Porteiro da Noite”: enquanto recolhia material para uma película anterior (“La Donna Nella Resistenza”), descobriu dois casos curiosos que aprofundou: o de uma mulher casada que passava todos os anos duas semanas de férias em Dachau, sem saber analisar ao certo o que motivava esse regresso ao campo onde estivera internada; o de uma velha prisioneira de Auschwitz que, quando saiu em liberdade, rompera todos os laços familiares, para assumir uma vida solitária e miserável. A única resposta que dera para esta atitude foi não poder perdoar aos nazis terem-lhe feito descobrir as duas faces da natureza humana. E acrescentara: “Não pense que as vítimas são sempre inocentes”.
Sobre estes dados, Cavani concluía: “Todos temos dentro de nós algum pequeno grão do nazismo. Bem escondido. Se um governo abre as portas a essa parte obscura, se lhe dá direitos de cidadania, se a legaliza, se a monopoliza, se a utiliza... então todos os crimes se tornam possíveis. Cada um assume o seu papel: de carrasco ou de vítima. Porque o regime nazi não é obra de um milhar de loucos ou de monstros. Não é resultado de um golpe de estado. Impôs-se lentamente através de um homem com quem as pessoas se foram pouco a pouco identificando, porque se reconheceram nele. Lucia tem as mesmas razões para regressar ao seu carrasco que a mulher de Dachau para aí voltar. Porque é aí que ela se sente viva. Se reconhece. A sua natureza revelou-se durante a guerra.”
Que o fascismo e o nazismo não se impuseram e sobreviveram sem o silêncio cúmplice ou mesmo a complacência de muitos, eis uma verdade dificilmente controversa. O nazismo não foi só os SS, os generais, o exército, Hitler e os seus ministros. O nazismo vingou sobretudo quando se conseguiu instalar bem no espírito dos alemães, no seu inconsciente colectivo, como um estado de espírito, quer através de uma máquina de propaganda bem montada, quer pelas condições favoráveis que foi encontrar nesse campo de incubação que era a sociedade alemã da época. Se o alemão anónimo não se sentisse bem com o seu sonho imperialista, o nazismo nunca teria sobrevivido. Sobreviveu, pois, com a cumplicidade de muitos, que aceitaram a monstruosidade, ou que aceitaram sofrer o seu papel de vítimas. Que sofreram resignados (ou excitados até) esse papel.


Aqui entramos, no entanto, abertamente na temática proposta por Cavani em “O Porteiro da Noite”, e não se pode dizer que o façamos de ânimo leve. Impõe-se a meditação: se em Dachau houve uma Lucia (ou várias) que se “descobriram” enquanto vítimas predestinadas, nesses dias de terror, milhares de outras vítimas não tiveram sequer a oportunidade de descobrir o que quer que fosse, senão a morte e o fatídico odor das câmaras de gás. Outros ainda, aos milhões, descobriram-se, isso sim, humilhados, ofendidos, violentados e torturados, sem que vislumbrassem prazer onde quer que fosse. Apenas dor. Cavani dirá que sobre esses milhares já se fizeram muitos filmes. É possível, tem razão, mas não todos os necessários, nem os suficientes para que este “O Porteiro da Noite” tenha surgido sem provocar um certo mal-estar nesses idos de 1973.
Houve quem, de uma forma algo simplista, dissesse que “O Porteiro da Noite” era uma história de amor entre um sádico e uma masoquista, tendo Dachau por cenário e recordação. Sadomasoquismo, relação de domínio e humilhação. Reduzir, porém, o nazismo a uma abstracção freudiana pode ser perigoso, esquecendo todas as outras intervenientes de índole económica, política ou social que aqui surgem relegadas para um plano demasiado subalterno.
O filme de Cavani que tem, todavia, qualidades evidentes, sendo difícil permanecer indiferente ao clima de pesadelo que ela consegue transmitir, procura ir um pouco mais longe, e creio que com algumas décadas passadas sobre a sua estreia, poderá ser melhor analisado. O que está em causa é afinal uma história de amor, desviante, que encontrou no ambiente de um campo de concentração o húmus necessário para germinar e que, anos depois, se reproduziu num outro ambiente, é certo, mas sob as mesmas condições “climáticas”. Max e Lucia são apenas um casal onde o desejo e o amor crescem num clima a que hoje se poderá chamar de “bondage”, uma variante do sadomasoquismo, um tipo de fétiche, cuja fonte de prazer deriva de práticas que comportam a dominação, a submissão, a imobilização de parceiros, o consentimento em vários tipos de tortura, física ou psicológica, envolvendo ou não a prática de sexo com penetração.
É obvio que não é só isso que “Il Portiere di Notte” assume como história. Há algo mais, e bem definido. Max é porteiro num hotel onde se refugiam vários nazis que procuram passar despercebidos das autoridades, que tentam recolher testemunhos favoráveis, que procuram fazer desaparecer documentação e ficheiros comprometedores. Há mesmo uma condessa solitária a quem Max serve gigolôs para repastos sexuais, em noites de insónia. Há conspiração, reuniões, ajustes de contas, assassinatos, mas o que torna curioso o filme é que, a determinada altura, o que mais escandaliza naquela sociedade de criminosos foragidos é a existência de um amor, mórbido é certo, mas um amor que, como todos os amores, se torna perigoso e põe em risco a sobrevivência do grupo. Por isso este “amor louco” se torna proscrito, e tem de ser anulado. Neste aspecto, de carrasco e vítima Max e Lucia passam ambos a perseguidos e vítimas de um mundo de pós-guerra, onde se continua a não poder acreditar em ninguém, nem em nada. Num mundo que procura anular a turbulência, alterar apenas alguma coisa para que tudo permaneça incólume, o amor transgressor é uma ameaça.
De resto, a obra cria um clima opressor doentio, com algumas sequências extremamente bem logradas, como é o caso da representação de “A Flauta Mágica”, ou do “travesti” de Lúcia, vestida de SS. Excelente é ainda a representação de Dirk Bogarde, bem acompanhado por Philippe Leroy e Gabriel Ferzetti. Impossível é esquecer a presença inquietante de Charlotte Rampling, no papel que mais a catapultou para a fama e mais vincadamente terá marcado a sua carreira. Entre a inocência e a perversidade, Rampling impõe uma personagem que permanece para sempre na recordação de todos e obviamente nas páginas da História do Cinema Mundial.

O PORTEIRO DA NOITE
Título original: Il Portiere di Notte ou The Night Porter
Realização: Liliana Cavani (Itália, 1974); Argumento: Barbara Alberti, Liliana Cavani, Italo Moscati, Amedeo Pagani, Barbara Alberti, Liliana Cavani; Produção: Ea De Simone, Robert Gordon Edwards; Música: Daniele Paris; Fotografia (cor): Alfio Contini: Montagem: Franco Arcalli; Direcção artística: Nedo Azzini, Jean Marie Simon; Decoração: Osvaldo Desideri; Guarda-roupa: Piero Tosi; Maquilhagem: Iole Cecchini, Iole Cecchini, Cesare Paciotti, Euclide Santoli ; Direcção de produção: Umberto Sambuco; Assistentes de Realização: Franco Cirino, Johann Freisinger, Paola Tallarigo, Mario Garriba; Departamento de arte: Maria-Teresa Barbasso; Som: Fausto Ancillai, Eugenio Rondani, Decio Trani; Companhias de produção: Ital-Noleggio Cinematografico, Lotar Film Productions; Intérpretes: Dirk Bogarde (Maximilian Theo Aldorfer), Charlotte Rampling (Lucia Atherton), Philippe Leroy (Klaus), Gabriele Ferzetti (Hans), Giuseppe Addobbati (Stumm), Isa Miranda (Condessa Stein), Nino Bignamini (Adolph), Marino Masé  Amedeo Amodio, Piero Vida, Geoffrey Copleston, Manfred Freyberger, Ugo Cardea, Hilda Gunther, Nora Ricci, Piero Mazzinghi, Kai-Siegfried Seefeld, Luigi Antonio Guerra, Crlo Mangano, Claudio Steiner, etc. Duração: 118 minutos; Distribuição em Portugal: Monroe Stahr (DVD); Classificação etária (estreia no cinema): M/ 18 anos; DVD: M/ 18 anos; Data de estreia em Portugal: 16 de Setembro de 1976. 


CHARLOTTE RAMPLING (1946 - )
Charlotte Rampling, como actriz, deu corpo a algumas das representações mais secretas, intimistas e perturbantes da figura da mulher, durante a segunda metade do século XX e a primeira década do seguinte. “Dar corpo” é uma boa síntese para o seu trabalho de actriz, pois Charlotte Rampling, para lá da expressividade da voz, da originalidade do seu talento e de uns olhos verdes misteriosos e sensuais, é uma intérprete para quem o corpo é um instrumento de ofício não negligenciável, não por maus motivos, não pelo oportunismo do seu aproveitamento, mas por muito boas razões: Charlotte Rampling faz do seu corpo matéria interpretativa, que acompanha a subtileza da voz e a voluptuosidade da emoção.
Nasceu a 5 de Fevereiro de 1946, em Sturmer, Inglaterra, filha de um coronel que chegou a comandante da NATO e era igualmente artista plástico de certos recursos, além de atleta olímpico, vencedor da medalha de ouro, em Berlim 1936, integrando a estafeta 4x400 metros. Em virtude da vida profissional do pai, Charlotte permaneceu longas temporadas em França, onde estudou na Academia “Jeanne d'Arc pour Jeunes Filles”, em Versalhes. De regresso a Inglaterra, passou pela escola de St. Hilda's, em Bushey. Iniciou a carreira como modelo, antes de se estrear, num papel insignificante, num filme de Richard Lester “The Knack...and How to Get It” (1965). Foi, todavia, no ano seguinte que, ao lado de Lynn Redgrave, se tornou notada como protagonista de “Georgy Girl” (1966), de Sílvio Narizzano, integrando-se de certa forma no movimento de um cinema que se queria retrato da realidade social inglesa e que ficou conhecido por “free cinema”. Em 1969, pela mão de Luchino Visconti, enfrenta o seu primeiro grande desafio, no papel de Elisabeth Thallman, em “Os Malditos” (La Caduta Degli Dei).
A sua carreira ganha fôlego internacional, intercalando trabalhos em Inglaterra, EUA, França e Itália. Em “Vanishing Point”, de Richard Sarafian (1971), é uma inesquecível rapariga que pede boleia na estrada. Assume-se como incestuosa em “Addio, Fratelo Crudelle”, de Guiseppe Patron Griffi, segundo peça teatral de John Ford (1971), e é Ana Bolena, em “Henry VIII and His Six Wives”, de Waris Hussein (1972). Roda, ao lado de Sean Connery, a ficção científica “Zardoz”, de John Boorman (1973), e, em 1974, é Lúcia  Atherton, em “O Porteiro da Noite” (Il Portiere di Notte), de Liliana Cavani, talvez o seu papel mais marcante. Charlotte Rampling torna-se uma actriz inabitual, expondo sem falsos pudores a nudez do seu corpo, mas sempre ao serviço de uma história que o justifica, tornando-se igualmente a actriz certa para papéis de inconfessáveis paixões. Ela era, de certa maneira, a imagem de uma perversão controlada, por vezes fria e dominadora, outras impulsiva e arrebatadora.
Segue-se, em 1975, a “remake” de “Farewell, My Lovely”, contracenando com Robert Mitchum num policial assinado por Dick Richard, partindo de um romance de Raymond Chandler. A nova versão não é tão boa quanto o original, de 1944, assinado por Edward Dmytryk, mas o trabalho dos actores compensa. “La Chair de l'Orchidée”, de Patrice Chéreau, do mesmo ano, oferece-nos outro magnífico retrato de mulher, uma rica herdeira, mantida encerrada pelo marido numa instituição psiquiátrica para assim poder manejar livremente a sua fortuna. É outro grande romance “negro”, desta feita assinado por James Hadley Chase, que ganha no grande ecrã um novo fôlego. Ainda por esta altura, no ponto mais alto da sua carreira de vedeta internacional, roda, sob as ordens do mexicano Arturo Ripstein, “Foxtrot”, contracenando com Max von Sydow e Peter O’Toole, e do norte-americano Woody Allen, “Recordações” (Stardust Memories).
Outro momento importante da sua carreira passa-o sob a direcção de Sidney Lumet, em “The Verdict” (1982), ao lado de Paul Newman, um drama passado entre advogados e barras de tribunais. Depois suporta com brio nova provocação no filme do japonês Nagisa Oshima, “Max, My Love” (1986), onde “aceita” apaixonar-se por um chimpanzé, e em França aparece num “thriller” de mistério e violência, “On Ne Meurt Que Deux Fois”, de Jacques Deary, voltando de novo aos EUA para trabalhar sob a orientação de Alan Parker, em “Angel Heart” (1987), onde se misturam práticas de “voodoo” e ambientes de crime. No final dos anos 80, e durante toda a década de 90, continua no clima do filme policial, por exemplo, em “Paris by Night”, de David Hare (1989) e “Invasion of Privacy”, de Anthony Hickox (1996), e na comédia, casos de “Time is Money”, de Paolo Barzman (1994) ou “Asphalt Tango”, de Nae Caranfil (1997). Mas são os papéis mais conturbados que melhor se encaixam na sua personalidade, como é o caso da inquietante tia Maude, em “The Wings of the Dove”, de Iain Softley, segundo obra de Henry James, onde aparece ao lado de Helena Bonham Carter (1997).
Volta a Anton Tchekov com “The Cherry Orchard”, de Mihalis Kakogiannis (1999), e inicia o novo século com um dos seus melhores trabalhos, “Sous le Sable”, de François Ozon (2000), com quem volta a trabalhar anos depois, em ”Swimming Pool”, num papel que a fará ganhar o prémio de melhor actriz do cinema europeu, atribuído pela European Film Academy, em 2003.
Na última década tem alternado pequenos e grandes papéis onde tem gravado sempre algo da sua personalidade, muito embora a sua carreira tenha oscilado entre obras essenciais e películas de puro entretenimento e vulgar comércio. Destaquem-se “The Statement”, de Norman Jewison (2003), “Immortel Ad Vitam”, de Enki Bilal (2004), “Le Chiavi di Casa”, de Gianni Amelio (2004), “Lemming”, de Dominik Moll (2005) “Vers le Sud”, de Laurent Cantet (2005), “Basic Instinct 2”, de Michael Caton-Jones (2006), “Angel”, de François Ozon (2007), ou, mais recentemente, “Desaccord Parfait”, de Antoine de Caunes, “Caotica Ana”, de Julio Medem, “Babylon A.D.”, de Mathieu Kassovitz, “The Duchess”, de Saul Dibb (todos de 2008).
Encontra-se actualmente a rodar, ou a ultimar, vários projectos, entre os quais “The Eye of the Storm”, de Fred Schepisi, “Melancholia”, de Lars von Trier. Outros títulos onde está prevista a sua colaboração: “Kill Drug”, “Angel Makers”, “Cleanskin”, “Never Let Me Go”, “Rio Sex Comedy” ou “The Mill and the Cross”. Uma actividade transbordante. Apesar desta carreira ininterrupta no cinema, Charlotte Rampling ainda encontra tempo para outras aparições, nomeadamente no teatro e na canção, um velho sonho que lhe vem da adolescência, quando ela e a irmã Sarah cantavam em dueto em cabarets, até ao dia em que o velho coronel, seu pai, as proibiu de actuarem. Mas, muitas décadas depois, em 2002, Charlotte cumpre o sonho e lança um CD, "Comme Une Femme", com Michel Rivgauche e Jean-Pierre Stora, disco que teve grande sucesso.
No teatro estreia-se tarde, só em Setembro de 2003, com “Petits Crimes Conjugaux”, de Eric-Emmanuel Schmitt, no “Theatre Eduoard VII”, em Paris. Ao lado de Bernard Giraudeau, numa encenação de Bernard Murat. Em 26 de Maio de 2004, no mesmo teatro, lê "A Queda da Casa Usher” e “A Máscara da Morte Vermelha”, duas novelas de Edgar Allan Poe. E “Notes de Lecture”, acompanhada pela “Musique Obliqúe”, com música de Jean-Sébastien Bach e André Caplet.
Ainda nesse ano, aparece entre Junho e Setembro, no “National Theatre”, em Londres, integrando o elenco de “The False Servant” de Pierre Marivaux, numa nova versão de Martin Crimp, com encenação de Jonathan Kent. Interpreta ainda, em 2007, em França, uma encenação de “A Dança da Morte”, de August Strindberg, no “Theatre Madelaine”, em Paris, ao lado de Bernard Verley. No Festival de Teatro de Almada, 2010, Charlotte Rampling apresenta "Yourcenar/Cavafy" um recital de textos e poemas, respectivamente de Marguerite Yourcenar e Konstantin Kavafy.


Filmografia

Como actriz / Cinema: 1964: The Knack … and How to Get It (Lições de Sedução), de Richard Lester; 1965: Rotten to the Core, de John Boulting; 1966: Georgy Girl, de Silvio Narizzano; Strangers, da série de TV "Five More", de John Irvin (TV); 1967: The Long Duel (Duelo sem Tréguas), de Ken Annakin; The Superlative Seven, série de TV "The Avengers", de Sidney Hayers; The Mystery of Cader Ifan, da série de TV "Sir Arthur Conan Doyle", de Peter Sasdy; The Fantasist, da série de TV "Theatre 625", de Peter Hammond; 1968: Sequestro di Persona, de Gianfranco Mingozzi; 1969: La Caduta degli dei (Os Malditos), de Luchino Visconti; Target: Harry ou What's in It for Harry?, de Roger Corman; Three, de James Salter; 1971: Vanishing Point (Corrida Contra o Destino), de Richard C. Sarafian; The Ski Bum, de Bruce D. Clark; Henry VIII and His Six Wives, de Waris Hussein; Addio fratello crudele (Adeus, Irmão Cruel), de Giuseppe Patroni Griffi; 1972: Asylum, ou House of Crazies (Lua Vermelha), de Roy Ward Baker; Corky, de Leonard Horn; Zinotchka, de Christopher Miles (TV); 1973: Giordano Bruno (Giordano Bruno), de Giuliano Montaldo; 1974: Caravan to Vaccares (Caravana para a Aventura), de Geoffrey Reeve; Zardoz (Zardoz), de John Boorman; Il Portiere di notte (O Porteiro da Noite), de Liliana Cavani; 1975: Yuppi du (Yuppi Du), de Adriano Celentano; Foxtrot (Foxtrot), de Arturo Ripstein; Farewell, My Lovely (O Último dos Duros), de Dick Richards; La Chair de l'orchidée (A Rapariga da Orquídea), de Patrice Chéreau; 1976: Sherlock Holmes in New York (Sherlock Holmes em Nova Iorque), de Boris Sagal (TV); 1977: Un Taxi Mauve ou A Purple Taxi (Um Táxi Cor de Malva), de Yves Boisset; Orca – The Killer Whale (Orca, a Fúria dos Mares), de Michael Anderson; 1980: Stardust Memories (Recordações), de Woody Allen; 1982: The Verdict (O Veredicto), de Sidney Lumet; 1983: BBC Play of the Month (TV); 1984: Viva la vie, de Claude Lelouch; 1985: On Ne Meurt Que Deux Fois (Só se Morre Duas Vezes), de Jacques Deray; 1986: Max mon amour (Max, Meu Amor), de Nagisa Ōshima; 1987: Mascara (Máscara), de Patrick Conrad; Angel Heart (Angel Heart - Nas Portas do Inferno), de Alan Parker; 1988: Paris by Night (Uma Chamada a Meio da Noite), de David Hare; 1990: Rebus, de Massimo Guglielmi; D.O.A. (Morto à Chegada), de Rocky Morto; 1992: La femme abandonnée, de Edouard Molinaro; Hammers over the anvil, de Ann Turner; 1993: Asphalt Tango, de Nae Caranfil; 1994: Murder in mind, de Robert Bierman; Time Is Money de Paolo Barzman; 1995: Radetzkymarsch, de Axel Corti, Gernot Roll; 1996: Invasion of Privacy), de Anthony Hickox; 1997: The Wings of the Dove (As Asas do Amor), de Iain Softley; 1999: The Cherry Orchard, de Michael Cacoyannis; Signs & Wonders, de Jonathan Nossiter; 1999: Great Expectations (Grandes Esperanças), de Julian Jarrold (TV); 2000: Superstition, de Kenneth Hope; Aberdeen, de Hans Petter Moland; Sous le sable (Sob a Areia), de François Ozon; 2001: The fourth angel (O Quarto Anjo), de John Irvin; 2001: Spy Game (Jogo de Espiões), de Tony Scott; 2002: Embrassez qui vous voudrez (Amor Sem Tréguas), de Michel Blanc; 2003: I’ll sleep when I’m dead (Só a Morte me Pode Parar), de Mike Hodges; Imperium: Augustus, de Roger Young; Swimming Pool (Swimming Pool), de François Ozon; The Statement (A Declaração), de Norman Jewison; 2004: Le Chiavi di Casa (As Chaves de Casa), de Gianni Amelio; Immortal – New York 2095, de Enki Bilal; 2005: Vers le Sud (Para o Sul), de Laurent Cantet; Lemming, de Dominik Moll; 2006: Désaccord parfait (Desacordo Perfeito), de Antoine de Caunes; 2006: Basic Instinct 2 (Instinto Básico, 2), de Michael Caton-Jones; 2007: Angel (Angel - Encanto e Sedução), de François Ozon; Caótica Ana (Caótica Ana), de Julio Médem; 2008: Deception (No Limite da Ilusão), de Marcel Langenegger; Sonnet, de Boris Zabotov; Babylon A.D. (Babylon A.D), de Mathieu Kassovitz; The Duchess (A Duquesa), de Saul Dibb; 2009: Le bal des actrices, de Maïwenn Le Besco; Quelque chose à te dire, de Cecile Telerman; Boogie Woogie, de Duncan Ward; La femme invisible (d'après une histoire vraie), de Agathe Teyssier; Life During Wartime (A Vida em Tempo de Guerra), de Todd Solondz; 2010: StreetDance 3D, de Max Giwa, Dania Pasquini; Never Let Me Go (Nunca Me Deixes), de Mark Romanek; Le grand restaurante, de Gérard Pullicino (TV); Rio Sex Comedy, de Jonathan Nossiter; Collection Fred Vargas (TV); 2011: Melancholia (Melancolia), de Lars von Trier; Młyn i krzyż (O Moinho e a Cruz), de Lech Majewski; 2012: I, Anna, de Barnaby Southcombe; The Eye of the Storm (O Coração da Tempestade), de Fred Schepisi; Cleanskin, de Hadi Hajaig; Ghost Recon: Alpha , de François Alaux, Hervé de Crécy; Restless, de Edward Hall; Tutto parla di te, de Alina Marazzi; 2013: Night Train to Lisbon (O Comboio Nocturno pra Lisboa), de Bille August; Jeune et Jolie (Jovem e Bela), de François Ozon; Dexter (TV); The Sea, de Stephen Brown; 2014; Le dos rouge, de Antoine Barraud; The Forbidden Room, de Guy Maddin, Evan Johnson; 2015: 45 Years, de Andrew Haigh; Broadchurch, de Chris Chibnall (TV); London Spy (TV); Händel, de Franco Battiato; The Whale, de Andrea Pallaoro; Seances, de Guy Maddin. 


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