AS DIABÓLICAS (1955)
Pierre
Boileau e Thomas Narcejac são dois dos mais famosos e talentosos autores
franceses de policiais. O seu romance "Celle qui n'Était Plus" é uma
das suas obras mais conhecidas e admiradas e até Alfred Hitchcock a quis
adaptar ao cinema. Só o não fez porque entretanto os autores já tinham vendido
os direitos a Henri-Georges Clouzot. Mas Hitchcock não partiu de mãos a abanar
e Boileau e Narcejac escreveram para ele o argumento daquele que é hoje
considerado (por alguns) o “melhor filme de sempre”, “A Mulher que Viveu Das
Vezes” (Vertigo). Daí retiraram igualmente um romance, "D'Entre les
Morts".
Pierre
Louis Boileau (Paris, 28 de Abril de 1906 - Beaulieu-sur-Mer, 16 de Janeiro de
1989) e Pierre Ayraud, com pseudónimo de Thomas Narcejac (Rochefort-sur-Mer, 3
de Julho de 1908 - Nice, 7 de Junho de 1998), escreveram dezenas de obras
policiais, muitas das quais se tornaram clássicos do género. Algumas foram
adaptadas ao cinema e à televisão, sendo as mais conhecidas as já citadas,
assinadas por Henri-Georges Clouzot e Alfred Hitchcock. Mas eles participaram
na escrita de alguns argumentos, como “Les Yeux sans visage” (1960), ou “Pleins
Feux sur l'Assassin” (1961), ambos de Georges Franju, e algumas outras obras
suas tiveram versões cinematográficas interessantes (nenhuma, porém, com a
qualidade de “As Diabólicas” ou de “A Mulher que Viveu Das Vezes”). No cinema
podem citar-se, em 1960, “Faces in the Dark”, de David Eady, “Meurtre en 45
tours”, de Étienne Périer; em 1962, “Maléfices”, de Henri Decoin; em 1993,
“Entangled”, de Max Fischer, em 1996, “Les Victimes”, de Patrick Grandperret,
ou em 2012, “Comme un homme”, de Safy Nebbou. Mas em 1996, surgiu uma nova
versão de "Celle qui n'Était Plus", americana, “Diabolique”,
realizado por Jeremiah S. Chechik, com Sharon Stone, Isabelle Adjani e Chazz
Palminteri.
Quanto
a Henri-Georges Clouzot (Niort, 21 de Novembro de 1907 – Paris, 12 de Janeiro
de 1977), foi um importante cineasta francês, realizador, argumentista e
produtor, autor de obras como “Manon”, “O Corvo”, “O Crime da Avenida Foch”, “O
Salário do Medo”, “As Diabólicas”, “O Mistério de Picasso”, “Os Espiões” ou “A
Verdade”.
Em
1942, durante a ocupação alemã, o Ministério de Propaganda de Goebbels, criou a
produtora Continental-Films, na qual Clouzot se estreou como realizador, com
"L'Assassin habite... au 21" (1942), a que se seguiu "Le
Corbeau" (1943), que provocou grande polémica, sendo acusado de
colaboracionista. Depois da guerra, Clouzot foi marginalizado, mas, através da
acção de alguns cineastas que lhe limparam a imagem, voltou à actividade,
conseguindo depois o reconhecimento público e da crítica. É um dos três
realizadores mundiais (os outros dois são Michelangelo Antonioni e Robert
Altman) a ter recebido o Grande Prémio dos três maiores festivais europeus,
Cannes, Berlim e Veneza. Foi considerado mestre do suspense, o Hitchcock
europeu, e as suas obras ostentam uma complexidade de análise indiscutível,
trabalhando o medo, a culpa, a perversidade humana em climas de evidente
sordidez moral e em cenários de profunda opressão psicológica. Um apreciador de
policiais negros (que leu compulsivamente, quando passou um período da vida na
cama, com tuberculose), passou para os seus filmes esse universo de um
pessimismo envolvente. Era casado com a actriz brasileira Vera Clouzot e morreu
em Paris, em 1977, depois de vários ataques cardíacos que o derrotaram. Para lá
de “As Diabólicas”, de que já falámos, outros realizadores pegaram em filmes
seus e nos deram outras versões: “A 13ª Carta” (The 13th Letter", 1951),
de Otto Preminger (segundo “Le Corbeau”) e “O Comboio do Medo” (Sorcerer,
1977), de William Friedkin (1977) (segundo “Le Salaire de la Peur”) são os mais
conhecidos.
“As
Diabólicas” passa-se numa pequena comunidade francesa, sendo quase todo rodado
no interior e exterior de uma mansão onde funciona um colégio para rapazes.
Christina Delassalle (Véra Clouzot) é a proprietária e directora do estabelecimento
de ensino que funciona em regime de internato, mas é o marido, Michel
Delassalle (Paul Meurisse) quem dirige realmente o empreendimento com mão de
ferro, que se estende dos alunos aos professores e se prolonga até à sua
amante, Nicole Horner (Simone Signoret), que é igualmente um dos docentes. O
colégio vive sob o terror de Michel, que parece ter junto mulher e amante, numa
ambígua e inquietante colaboração criminosa. Elas idealizam o crime perfeito
para eliminar Michel e põem em andamento o projecto… Mais não se pode dizer num
filme que vive particularmente do suspense que se estabelece e do inquérito
empreendido por um comissário da polícia reformado, Alfred Fichet (Charles
Vanel), persistente e arguto na sua investigação.
O clima
do filme é realmente de um pessimismo deprimente, mostrando a degradação e a
decadência moral de uma sociedade doente, onde o medo impera (Michel inspira-o
no seu colégio, o filme lança-o sobre os espectadores) e o sentimento de culpa,
sobretudo por parte de Christina
Delassalle não deixa de pesar. Clouzot é definitivamente um moralista que julga
as suas personagens e a sociedade e que lança curiosas pistas sobre a
ambiguidade das relações entre as duas mulheres e a estranha amizade e
cumplicidade que as une. Neste aspecto, as interpretações de Simone Signoret e
Véra Clouzot são particularmente brilhantes, o que no caso da primeira foi
sobejamente demonstrado ao longo de uma vasta carreira, mas que, quanto a Vera
Clouzot, se restringiu a alguns filmes, todos dirigidos pelo marido. Mas “As
Diabólicas” conta com um elenco perfeito, com um Paul Meurisse numa composição
detestável, e meia dúzia de outros actores franceses em pequenos papéis que
tornam especialmente densa a atmosfera claustrofóbica de toda a obra, onde a mesquinhez
e o provincianismo mais rasteiro se impõem de forma sufocante.
A
realização de Henri-Georges Clouzot, por seu turno, é de um brilhantismo
notável, conseguindo criar uma atmosfera de inquietação permanente, que não
fica a dever ao melhor Hitchcock. A cena da casa de banho é magnífica, numa
toada macabra, onde o humor não deixa de estar presente, podendo mesmo falar-se
de um antecedente de “Psico”. A relação que o filme mantém com uma piscina e
com as peripécias que e desenrolam à sua volta e no seu interior é igualmente
muito bem dada. Mas toda a obra é magistralmente conduzida. Um brilhante
thriller.
AS DIABÓLICAS
Título original: Les
Diaboliques
Realização: Henri-Georges Clouzot (França,
1955); Argumento: Henri-Georges Clouzot, Jérôme Géronimi, René Masson, Frédéric
Grendel, segundo romance de Pierre Boileau e Thomas Narcejac ("Celle qui
n'était plus"); Produção: Henri-Georges Clouzot, Georges Lourau; Música:
Georges Van Parys; Fotografia (p/b): Armand Thirard; Montagem: Madeleine Gug;
Direcção artística: Léon Barsacq; Guarda-roupa:
Carven; Maquilhagem: Anatole Paris, Jeanne Witta; Direcção de Produção:
Louis de Masure, Georges Testard; Assistentes de realização: Michel Romanoff;
Som: William Robert Sivel; Companhias de produção: Filmsonor, Vera Films; Intérpretes: Simone Signoret (Nicole
Horner), Véra Clouzot (Christina Delassalle), Paul Meurisse (Michel
Delassalle), Charles Vanel (Alfred Fichet, o comissário), Jean Brochard
(Plantiveau, porteiro), Thérèse Dorny (Mme. Herboux), Michel Serrault (M.
Raymond), Georges Chamarat (Dr. Loisy), Robert Dalban, Camille Guérini, Jacques
Hilling, Jean Lefebvre, Aminda Montserrat, Jean Témerson, Jacques Varennes,
Georges Poujouly, Yves-Marie Maurin, Noël Roquevert, Pierre Larquey,
Jean-Pierre Bonnefous, Christian Brocard, Jean Clarieux, Henri Coutet, Michel
Dumur, Johnny Hallyday (um aluno), Henri Humbert, Roberto Rodrigo, Madeleine
Suffel, Jimmy Urbain, etc. Duração:
114 minutos; Distribuição em Portugal (DVD): Prisvideo; Classificação etária:
M/ 12 anos; Data de estreia em Portugal: 20 de Fevereiro de 1959.
SIMONE SIGNORET (1921-1985)
Foi sempre “Aquela Loura” do
filme de Jacques Becker. A típica francesa da resistência, que cantava ou ouvia
cantar “Le Temps des Cerises”. Henriette Charlotte Simone Kaminker, mais
conhecida por Simone Signoret, nasceu alemã, a 25 de Março de 1921, em
Wiesbaden, Hesse, Alemanha, e viria a falecer a 30 de Setembro de 1985, em
Autheuil-Authouillet, França, vítima de cancro no pâncreas. Simone Signoret
teve como pais um judeu polaco, André Kaminke, jornalista e tradutor, e
Georgette Signoret. No início da II Guerra Mundial, Simone refugiou-se na
Bretanha com a família, estudou no liceu de Vannes. Em Paris, em 1941, foi
secretária de Jean Luchaire, jornalista e político colaboracionista durante a
ocupação nazi de França. Foi através da filha de Jean, a actriz Corinne
Luchaire, que Simone começou a trabalhar como figurante no cinema, tendo então
adquirido o nome artístico de Simone Signoret. Em 1943, cruza-se com o
realizador Yves Allégret e, três anos depois, têm uma filha. Casam em 1948.
Allegret oferece-lhe a oportunidade de participar em obras importantes, como
“Macadam”, com o qual obtém o prémio Suzanne-Bianchetti, que consagrava uma
revelação. Em 1949, apaixonada por um jovem cantor, Yves Montand, deixa o
marido. Casa com Montand em 1952. A carreira dispara com trabalhos
inesquecíveis, em “Casque d'or”, de Jacques Becker, “Thérèse Raquin”, de Marcel
Carné, ou “Les Diaboliques”, de Henri-Georges Clouzot. Em 1954, Signoret e
Montand compram uma propriedade em Autheuil-Authouillet, na Normandia, local
que se transforma em centro de convívio de artistas e intelectuais como
Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Serge Reggiani, Pierre Brasseur, Luis
Buñuel, Jorge Semprún, entre outros. Tudo gente da esquerda francesa, muitos
“companheiros de estrada” do Partido Comunista. Em 1957, Yves Montand e Simone
Signoret viajam em tournée triunfal pelos países de Leste, mas regressam
desiludidos, o que os leva a afastarem-se do PC, mantendo as suas convicções de
esquerda. Com “A Room at the Top” (Um Lugar na Alta Roda), de Jack Clayton,
Simone ganha o Oscar de Melhor Actriz, pela primeira vez atribuído a uma
francesa não residente nos EUA. Simone Signoret e Yves Montand partem para os
Estados Unidos em 1959, onde se tornam amigos de Arthur Miller, de quem tinham
criado a versão francesa da peça “Sorcières de Salem”. Miller era casado com
Marilyn Monroe, e esta impôs Montand seu partenaire em “Vamo-nos Amar”, filme
de George Cukor. Assim foi. Amaram-se, num caso muito discutido na época.
Montand voltaria para Simone Signoret, e o casal manteve-se até a morte da
actriz (1985). Entretanto,
a filmografia de Signoret ganha nova revitalização nos anos 70, com filmes como
“L'Armée des ombres”, de Jean-Pierre Melville, “Le Chat”, “La Veuve Couderc”,
ambos de Pierre Granier-Deferre, “Les Granges brûlées”, de Jean Chapot, “La Chair de l'orchidée” e “Judith
Therpauve”, os dois de Patrice Chéreau, ou “Police Python 357”, de Alain
Corneau. Em 1978, ganha o Cesar de
Melhor Actriz em “La Vie devant soi”. Entretanto, a bebida e o cigarro não
ajudam, e a saúde de Simone Signoret deteriora-se. Depois de uma operação à
vesicula, com problemas de visão, morre de cancro no pâncreas no dia 30 de
Setembro de 1985, com 64 anos. É enterrada no cemitério de Père-Lachaise, para
onde foi igualmente Montand, quando morreu, em Novembro de 1991.
Para além de actriz,
notabilizou-se como escritora, com uma autobiografia, “La nostalgie n'est plus
ce qu'elle était”, de 1975, e dois romances, “Le lendemain, elle était
souriante...” e “Adieu Volodia”. No teatro, ficaram na memória as
interpretações em “Dieu est innocent”, de Lucien Fabre, “Les Sorcières de
Salem”, de Arthur Miller, “Les Petits Renards”, de Lillian Hellman, e
“Macbeth”, de Shakespeare.
Ganhou três BAFTAS, como Melhor
Actriz Estrangeira, por “Casque d'or” (1953), “Les Sorcières de Salem” (1958) e
“A Room at the Top” (1959). Com este último filme ganhou ainda o National Board
of Review, o Festival de Cannes, e o Oscars 1960. Foi ainda nomeada por
diversas vezes para Oscars, Globos de Ouro BAFTAS, Césars, etc. A cantora Nina
Simone escolheu o seu pseudónimo em homenagem a Simone Signoret depois de a ver
em “Casque d'or”.
Filmografia
Como actriz: 1942: Le Prince charmant, de Jean Boyer;
Boléro, de Jean Boyer; L'Ange de la nuit, de André Berthomieu; Les Visiteurs du
soir (Os Trovadores Malditos), de Marcel Carné; Le Voyageur de la Toussaint, de
Louis Daquin; Le Bienfaiteur (O Benfeitor), de Henri Decoin; 1943: Adieu Léonard,
de Pierre Prévert; Béatrice devant le désir, de Jean de Marguenat; Le mort ne
reçoit plus de Jean Tarride; 1944: L'ange de la nuit, de André Berthomieu;
Service de nuit ,de Jean Faurez; Le mort ne reçoit plus, de Jean Tarride; 1945:
Le Couple ideal, de Bernard Roland; La Boîte aux rêves, de Yves Allégret e Jean
Choux; Les Démons de l'aube, de Yves Allégret; 1946: Macadam de Marcel Blistène
e Jacques Feyder; Face à la vie, de René Chanas (curta-metragem); 1946: Ulysse
ou les Mauvaises Rencontres, de Alexandre Astruc (curta-metragem); 1947:
Fantômas, de Jean Sacha; Against the Wind, de Charles Crichton; Dédée de Anvers
(Vidas Tenebrosas), de Yves Allégret; 1948: Impasse des Deux-Anges, de Maurice
Tourneur; 1950: Manèges, de Yves Allégret; La Ronde (A Ronda), de Max Ophüls;
Swiss Tour, de Leopold Lindtberg; Gunman
in the Streets, de Boris Lewin e Franck Tuttle; Le traqué, de Borys Lewin;
1951: Ombre et Lumière (A Luz e a Sombra), de Henri Calef; 1951: Casque de or
(Aquela Loira), de Jacques Becker; 1951: Sans laisser de adresse (Um Táxi, Uma
Mulher e Um Destino), de Jean-Paul Le Chanois; Jouons le jeu, episódio La
Jalousie, de André Gillois (curta-metragem); Saint-Germain-des-Prés, de
Marcello Pagliero (curta-metragem); 1953: Thérèse Raquin (Teresa Raquin), de
Marcel Carné; Confidences en zig-zag sur l'amour, de André Gillois
(curta-metragem); 1954: Les Diaboliques (As Diabólicas), de Henri-Georges
Clouzot; 1955: Mutter Courage und ihre Kinder, de Wolfgang Staudte (inacabado);
1956: La Mort en ce jardin (Labirinto Infernal), de Luis Buñuel; Un matin comme
les autres / La Rose des vents, de Yannick Bellon (curta-metragem); 1957: Les
Sorcières de Salem (As Feiticeiras de Salem), de Raymond Rouleau; 1959: A Room
at the Top (Um Lugar na Alta Roda), de Jack Clayton; 1960: Adua e le compagne,
de Antonio Pietrangeli; General Electric Theater (TV) - Don't You Remember?;
1961: Les Mauvais Coups (A Roda da Sorte), de François Leterrier; Les Amours
célèbres (Amores Célebres), episódio Jenny Lacour, de Michel Boisrond; Barabbas
(Barrabás), de Richard Fleischer (não creditada); 1962: Term of Trial (Final de
Julgamento), de Peter Glenville; Le Jour et l'Heure (O Dia e a Hora), de René
Clément; 1963: Dragées au poivre, de Jacques Baratier; Le Joli Mai, de Chris
Marker (documentário); Il giorno più corto, de Sergio Corbucci (não confirmada
a participação); 1964: Aux grands magasins, de William Klein(documentário);
1965: Compartiment tueurs (6 ª. Testemunha), de Costa-Gavras; Ship of Fools (A
Nave dos Loucos), de Stanley Kramer; The Love Godlesses, de Saul J. Turell
(documentário); 1966: Paris brûle-t-il ? (Paris Já Está a Arder?), de René
Clément; The Deadly Affair (Duas Plateias para a Morte),de Sidney Lumet; Bob
Hope Presents the Chrysler Theatre (TV) - A Small Rebellion, de Stuart
Rosenberg; 1967: Games (Jogos
Perigosos), de Curtis Harrington; 1968: Mister Freedom, de William Klein; Jour
de tournage, de Chris Marker (curta-metragem); The Sea Gull (A Gaivota), de
Sidney Lumet; 1969: L'Américain (O Americano), de Marcel Bozzuffi; L'Armée des
ombres (O Exército das Sombras), de Jean-Pierre Melville; 1970: L'Aveu (A
Confissão), de Costa-Gavras; Le Deuxième Procès de Arthur London, de Chris
Marker (documentário); Un Otage (TV); 1971: Comptes à rebours (O Doce Sabor da
Vingança), de Roger Pigaut; Henri Langlois, de Roberto Guerra e Ella Hershon
(documentário); Le Chat (O Gato), de Pierre Granier-Deferre; La Veuve Couderc
(A Viúva Couderc), de Pierre Granier-Deferre; 1973: Les Granges brûlées (Almas
a Nu), de Jean Chapot; Rude journée pour la reine (Um Dia Difícil), de René
Allio; 1975: La Chair de l'orchidée (A Rapariga da Orquídea), de Patrice
Chéreau; 1976: Police Python 357 (A Arma da Justiça), de Alain Corneau; 1978:
La Vie devant soi (A Vida à Sua Frente), de Moshé Mizrahi; Madame le Juge (TV);
1977: Le fond de l'air est rouge, de Chris Marker (documentário); 1978:
L'Adolescente, de Jeanne Moreau; Judith Therpauve, de Patrice Chéreau; Madame
le juge (TV); 1979: Chère inconnue, de Moshé Mizrahi; 1982: L'Étoile du Nord,
de Pierre Granier-Deferre; Guy de Maupassant, de Michel Drach; 1983: Thérèse
Humbert (TV); Des terroristes à la retraite, de Mosco Boucault (documentário,
só locução); 1986: Music Hall (TV).
VÉRA CLOUZOT (1913-1960)
Vera Clouzot é brasileira de
nascimento. Nasceu a 30 de Dezembro de 1913, no Rio de Janeiro, e viria a
falecer a 15 Dezembro de 1960, em Paris, França, vítima de um ataque cardíaco.
O nome de baptismo era Véra Gibson-Amado e era filha de um escritor, politico e
diplomata, Gilberto Amado (1887-1969), que, em 1915, durante uma altercação com
o poeta Aníbal Teóphilo, numa cerimónia oficial, a decorrer nas instalações do
“Jornal do Comércio”, puxou de um arma e matou o adversário. Amado foi
absolvido e prosseguiu uma carreira significativa como político e depois embaixador.
Quanto a Vera, casou com o realizador francês Henri-Georges Clouzot, e
construiu uma reduzida carreira como actriz de cinema, com apenas três títulos,
todos sob direcção do marido. Curiosamente, dois desses filmes figuram entre os
250 mais cotados pelos leitores do IMDB.
Filmografia
Como actriz: 1953: Le Salaire
de la Peur (O Salário do Medo); 1955: Les Diaboliques (As Diabólicas); 1957:
Les espions (Os Espiões), todos de Henri-Georges Clouzot. Colaborou ainda no
argumento de La Vérité (A Verdade, 1960), igualmente de Clouzot.
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