sábado, 31 de dezembro de 2016

SESSÃO 49: 2 DE JANEIRO DE 2017


ATLANTIC CITY (1979)

Louis Malle, cineasta francês que aparece inscrito no movimento da “nouvelle vague”, em fins da década de 50, inícios da seguinte, com filmes como “Ascenseur pour l'Echafaud” (57), “Os Amantes” (58), “Zazie dans le Metro” (60) “Vida Privada” (61), “Le Feu Follet” (63), confirmando-se depois com uma produção um pouco mais “internacionalizada” com “Viva Maria” (65), “O Ladrão” (66), um episódio de “Histórias Extraordinárias” (67) e outras mais pessoais, como “Calcutta” (68), “Le Soufle au Coeur” (70) ou “Lacombe Lucien” (75), emigra para os Estados Unidos onde dirige “Black Moon” 'e “Pretty Baby”, este em 1977, prometendo adoptar Hollywood como segunda pátria. Isso mesmo parece ser confirmado com “Atlantic City”, rodado em 1979, e que alcançaria o “Leão de Ouro”, do Festival de Veneza de 1980. Digamos que enquanto “Pretty Baby” era um filme europeu rodado na América, este “Atlantic City” já se aproxima muito do que se pode considerar “um filme americano realizado por um europeu”, o que não é bem a mesma coisa.    
Na verdade, Atlantic City é um filme sobre uma realidade americana, mais precisamente uma cidade em transformação, com pessoas e situações americanas, filmadas de uma forma americana. O argumento é de John Guare, e este facto terá tido a sua importância, mas no essencial foi o cinema de Louís Malle, que se adaptou a um estilo directo e linear, ao ambiente de “filme negro” e a um certo tipo de personagens que trazem uma carga simbólica que só pode entender-se inteiramente quando referenciadas à América.


O filme chama-se “Atlantic City” e cremos que a cidade é a protagonista desta história de amor e morte. Atlantic City tem uma história curiosa, que é conveniente conhecer um pouco para se compreender melhor a película de Malle. Durante os anos 20-30, foi uma estância balnear florescente, réplica americana da Côte D'Azur francesa. Mas começou igualmente por ser uma cidade conhecida, em inícios do século XX, como uma das bases do “gangsterismo” e da Mafia na Costa-Este, progredindo em associação com a venda ilegal de bebidas alcoólicas, durante o período da sua proibição. A depressão de 1929 causou um profundo abalo na sua estrutura social e grande parte da sua celebridade apagou-se com o rolar dos tempos, até fazer dela uma cidade-fantasma. Nos anos 60, a desolação era total e tudo caminhava para a ruína irremediável. A cidade deixou a humidade do Atlântico corroer-lhe as fachadas dos prédios, minar-lhe os alicerces e as suas avenidas de madeira começaram a escorregar para o esquecimento, por troca com outras cidades, então mais na moda.
Em 1978, porém, o estado de New Jersey legalizou o jogo e estabeleceu-o em Atlantic City, que ficava assim a ocupar na Costa-Este o lugar de Las Vegas na Costa-Oeste. O progresso económico, ou “uma certa forma” de progresso económico, voltaria à cidade, que renascia das cinzas, abatendo impiedosamente os velhos edifícios, símbolos de um passado que se queria enterrado e esquecido, enquanto sobre os escombros, se erguiam novas construções, modernas e arrojadas, que iriam voltar-se essencialmente para “o pequeno e o grande”, o “vermelho e o preto”, “as dúzias” e “os plenos”. Da Europa chegam os mestres croupiers, que ensinam a “arte” aos neófitos (veja-se a figura interpretada por Michel Picolli), enquanto pelos decadentes apartamentos do passado, aguardando ordem de despejo, sobrevivem velhas personagens de uma época de ouro irreversivelmente ultrapassada. É o caso de Lou (Burt Lancaster), pobre diabo envelhecido e deixado à deriva numa cidade que lhe é cada vez mais estranha, onde vive de biscates, de jogo clandestino e dos pequenos favores de uma viúva entrevada, que lhe vai pagando como pode os passeios higiénicos do seu carrocha de estimação.
O jogo foi legalizado neste ponto de New Jersey, a duas centenas de quilómetros de Nova Iorque e, com a abertura de novos e sofisticados casinos, a cidade readquiriu o movimento perdido. As velhas estruturas de um passado requintado são ainda visíveis hoje em dia por quem percorrer as suas ruas e atentar na bela arquitectura “art nouveau” que, pouco a pouco, vai sendo demolida, dando lugar a enormes blocos com as insígnias do “Play Boy”, do “Caesar Palace” ou do “Resorts”. O filme de Louis Mallle capta de tal forma essa mutação nostálgica e dramática, que nos obrigou a um desvio de duas horas e meia, de Nova Iorque a Atlantic City, numa viagem num mítico “Greyhound” que nos deixou à porta do Resorts International, só para percorrer o caminho que diariamente Burt Lancaster fizera, levando pela trela o cão de Grace. A viagem justificava-se, em grande parte, pela empatia que as imagens do filme provocavam e que demonstram como se pode instigar o desejo de pertencer a algo, dele falando. Porque “Atlantic City”, para lá de ser um filme sobre a velhice e a morte de uma cidade e de um homem, é também um filme sobre a juventude que procura um rumo e o encontra entre esses dois universos. A uma mesa de jogo. Cenário de um desejo que se transforma já em obsessão, em risco, em aposta total.


Como não podia deixar de ser, atrás dos casinos regressou a Mafia e os seus interesses, segundo regras de um jogo mais sofisticado. O lucro agora chama-se droga e nas velhas veias rejuvenescidas desta cidade ela irá desempenhar um papel relevante. Um velho “gangster” falhado será apanhado pela teia cerzida pelo dinheiro fácil da droga e, no turbilhão de uma história de amor impossível, que o faz acreditar de novo em si, acabará por cumprir na realidade o sonho que de si fizera: como herói de saga antiga tombará para sempre, nostálgico de tempos que não soube viver e desadaptado de outros, onde se não soube integrar. Um painel turístico anuncia a realidade, que tem de passar pela morte dos velhos tempos: “Atlantic City is coming back to life again. Now” (Atlantic City volta de novo à vida. Agora). É evidente que um tal tema nas mãos de Altman ou Pollack, para só nomear dois americanos que por vezes se recordam enquanto se assiste à projecção desta obra, fariam deste argumento um filme um pouco mais sugestivo. Cremos que sim. Alguns aspectos são algo esquemáticos, como por exemplo o casal de traficantes de droga que surge na cidade. Mas Louis Malle aproxima-se bastante do tom exacto e da emoção precisa em muitas sequências, e conta mesmo com uma cena de antologia: a confissão do velho Lou (já lhe ouvimos chamar “O Leopardo” de Atlantic City, e há alguma verdade na comparação) que recorda a Sally (Susan Sarandon) a forma como a espreitava pela janela e a via lavando os braços, os ombros e os seios, com sumo de um limão cortado, espremido, ao som de uma área de ópera. Voyeurismo senil, podem acusar. Melhor será pensar num desejo adormecido que a presença de Sally desperta. Estas são as amargas lágrimas de uma paixão impossível, de um desejo apenas realizável à distancia. Burt Lancaster e Susan Sarandon são aqui admiráveis e Louis Malle acrescenta um ponto precioso à sua filmografia.
Cremos que esta dolorosa confissão de amor e impotência valeria a deslocação, se algo mais não existisse. Mas existe, apesar de tudo. “Atlantic City” é um belíssimo filme, uma bela meditação sobre o crepúsculo de uma vida (de várias vidas), sobre a transformação de uma sociedade, sobre o renascer de uma cidade que “volta a estar no mapa”, depois de um longo período de lenta decadência. O que nos parece mesmo mais logrado nesta obra é precisamente esse interligar das histórias individuais com o destino de uma cidade.

ATLANTIC CITY, U.S.A.
Título original: Atlantic City
Realização: Louis Malle (EUA, 1980); Argumento: John Guare; Produção: Joseph Beaubien, Gabriel Boustiani, Denis Héroux, Justine Héroux, John Kemeny, Larry Nesis, Jean-Serge Breton; Música: Michel Legrand; Fotografia (cor): Richard Ciupka; Montagem: Suzanne Baron; Design de produção: Anne Pritchard; Decoração: Gretchen Rau; Guarda-roupa: François Barbeau; Maquilhagem: Donna Gliddon, Rita Ogden; Casting: Venetia Rickerby; Direcção de Produção: Micheline Garant, Ken Golden, Justine Héroux, Carl Zucker; Assistentes de realização: John Board, Jim Chory, John Desormeaux, Robert McCart, Patrick Burns; Departamento de arte: Jacques Chamberland, Charles Cirigliano, Wendell Dennis, Marcel Desrochers, Csaba András Kertész, Edward L. McMillan, Joe Petruccio Jr., Gretchen Rau, Raymond M. Samitz, Marie-Claude Tetrault; SoM: Jean-Claude Laureux, Jacques Maumont, Gilles Ortion; Companhias de produção: International Cinema Corporation (ICC), Selta Films, Canadian Film Development Corporation (CFDC), Cine-Neighbor, Selta Films, Famous Players Limited; Intérpretes: Burt Lancaster (Lou), Susan Sarandon (Sally), Kate Reid (Grace), Michel Piccoli (Joseph), Hollis McLaren (Chrissie), Robert Joy (Dave), Al Waxman (Alfie), Robert Goulet (Cantor); Moses Znaimer (Felix), Angus (Vinnie), Sean Sullivan (Buddy), Wallace Shawn, Harvey Atkin, Norma Dell'Agnese, Louis Del Grande, John McCurry, Eleanor Beecroft, Cec Linder, Sean McCann, Vincent Glorioso, Adèle Chatfield- Taylor, Tony Angelo, Sis Clark, Gennaro Consalvo, Lawrence McGuire, Ann Burns, Marie Burns, Jean Burns, Connie Collins, John Allmond, John J. Burns, Elias Koteas, etc. Duração: 104 minutos; Distribuição em Portugal inexistente; Cópia DVD: Spectra Nova (Brasil); Classificação etária: M/ 12 anos; Data de estreia em Portugal: 5 de Novembro de 1981.


SUSAN SARANDON (1946 - )
Susan Sarandon é uma das actrizes norte americanas mais premiadas em todo o mundo. Na verdade, numa filmografia com mais de uma centena e meia de títulos, dispersos entre cinema e televisão, Susan consegue manter um nível de qualidade assinalável, escolhendo com critério os projectos em que embarca, muitos dos quais assinados seguramente por amigos e pertencentes, todos eles, a um pequeno círculo de personalidades ligadas ao cinema mais independente. Não quer dizer que Susan Sarandon não tenha entrado em obras abertamente comerciais e mais industrializadas, mas o seu pendor é objectivamente trabalhar com cineastas menos ligados às estruturas dos grandes estúdios, ou se o estão, senhores de um perfil que lhes permita uma certa autonomia. Susan Abigail Tomalin é o seu nome de baptismo. Nasceu em Nova Iorque a 4 de Outubro de 1946, completando presentemente 68 anos. Casada com Chris Sarandon (1968–1979) e depois com Tim Robbins (1988-2010). Foi Oscar da Academia em 1996, com “Dead Man Walking”, e obteve mais quatro nomeações, por “Atlantic City” (1980), “Thelma & Louise” (1991), “Lorenzo's Oil” (1992) e “The Client“ (1994). Oito vezes nomeada para o Globo de Ouro de Melhor Actriz e só o IMDB cobre 55 prémios e mais 49 nomeações. Susan é filha de Phillip Leslie Tomalin, de ascendência irlandesa, inglesa e galesa, e de Lenora Marie Criscione, italiana da Sicília. Cresceu no interior de família católica com nove filhos. Formou-se em 1964, na Edison High School e estudou na Universidade Católica da América, em Washington DC (Artes). Foi na faculdade que conheceu Chris Sarandon, com quem se casou em setembro de 1967. Divorciaram-se em 1979, mas Susan continuou a usar o apelido. Em meados dos anos 80, manteve uma relação com o realizador italiano Franco Amurri, com quem teve uma filha, a actriz Eva Amurri, e conhecem-se ainda histórias amorosas com o actor Sean Penn e o realizador Louis Malle (com quem trabalhou em “Pretty Baby” e “Atlantic City”), além do cantor David Bowie, com quem contracenou em “The Hunger”. Desde 1988, Sarandon vive com o actor Tim Robbins, que conheceu nas filmagens de “Bull Durham”. O casal teve dois filhos: Jack Henry e Miles Guthrie. Já separados, tanto ela quanto Robbins eram personalidades ligadas a movimentos sociais e políticos. No dia 23 de Dezembro de 2009, o casal anunciou sua separação, publicada pela revista “People”.

Filmografia
Como actriz / Cinema: 1970: Joe (Joe), de John G. Avildsen; 1971: La Mortadella (Mortadela), de Mario Monicelli; Fleur bleue ou The Apprentice de Larry Kent; 1974: Lovin' Molly (Os Amores de Molly), de Sidney Lumet; The Front Page (Primeira Página), de Billy Wilder; 1975: The Great Waldo Pepper (O Grande Circo), de George Roy Hill; The Rocky Horror Picture Show (Festival Rocky de Terror) de Jim Sharman; 1976: Dragonfly (Dragonfly), de Gilbert Cates; 1977: Chechered Flag or Crash (Loucos Sobre Rodas), de Alan Gibson; 1977: The Other Side of Midnight (O Outro Lado da Meia-Noite), de Charles Jarrott; The Last of the Cowboys, de John Leone; 1978: Pretty Baby (Menina Bonita), de Louis Malle; King of the Gypsies (O Herdeiro), de Frank Pierson; 1979: Something Short of Paradise (Uma Página de Amor), de David Helpern; 1980: Atlantic City (Atlantic City), de Louis Malle; Loving Couples (Amigos e Amantes), de Jack Smight; 1982: Tempest (Tempestade), de Paul Mazursky; 1983: The Hunger (Fome de Viver), de Tony Scott; 1984: The Buddy System, de Glenn Jordan; 1985: Compromising Positions, de Frank Perry; 1987: The Witches of Eastwick (As Bruxas de Eastwick), de George Miller; 1988: Bull Durham (Jogo a Três Mãos), de Ron Shelton; Sweet Hearts Dance (Corações em Jogo), de Robert Greenwald; 1989: A Dry White Season (Assassinato Sob Custódia), de Euzhan Palcy; January Man (Agarrem Este Detective), de Pat O'Connor; 1990: White Palace (Loucos de Paixão), de Luis Mandoki; 1991: Thelma & Louise (Thelma e Louise), de Ridley Scott; 1992: Bob Roberts (Bob Roberts - Candidato ao Poder), de Tim Robbins; The Player (O Jogador), de Robert Altman; Lorenzo's Oil (Acto de Amor) de George Miller; Light Sleeper (Perigo Incerto), de Paul Schrader; 1994: The Client (O Cliente) de Joel Schumacher; Little Women (As Mulherzinhas), de Gillian Armstrong; Safe Passage (Diário de uma Morte Anunciada), de Robert Allan Ackerman; 1995: Dead Man Walking (A Última Caminhada), de Tim Robbins; 1996: The Celluloid Closet de Robert Epstein; James and the Giant Peach (James e o Pêssego Gigante Spider), de Henry Selick (voz); 1998: Twilight (A Hora Mágica) de Robert Benton; Stepmom (Lado a Lado) de Chris Columbus; Illuminata (Illuminata), de John Turturro; 1999: Cradle Will Rock (América - Anos 30), de Tim Robbins; Anywhere But Here (A Minha Mãe, Eu e a Minha Mãe), de Wayne Wang; Our Friend, Martin (Video); 2000: Joe Gould's Secret, de Stanley Tucci; Rugrats in Paris: The Movie - Rugrats II, de Stig Bergqvist (voz); 2001: Cats & Dogs (Como Cães E Gatos), de Lawrence Guterman (voz); Last Party 2000, de Rebecca Chaiklin, Donovan Leitch Jr. (documentário); 2002: Moonlight Mile (Sonhos Desfeitos), de Brad Silberling; The Banger Sisters (As Manas Rock), de Bob Dolman; 2002: Igby Goes Down (A Estranha Vida de Igby), de Burr Steers; Little Miss Spider (Curta-metragem, Narradora); 2004: Jiminy Glick in Lalawood, de Vadim Jean; Noel (Um Milagre de Natal), de Chazz Palminteri; Alfie (Alfie), de Charles Shyer; Shall We Dance? (Vamos Dançar?), de Peter Chelsom; 2005: Elizabethtown (Elizabethtown), de Cameron Crowe; Sonnet 22 (Curta-metragem, Narradora); 2005: Romance & Cigarettes (Romance & Cigarros), de John Turturro; 2006: Irresistible (Irresistível), de Ann Turner; Bernard and Doris, de Bob Balaban; 2007: Mr. Woodcock (Um Padrasto para Esquecer!), de Craig Gillespie; Emotional Arithmetic (Aritmética Emocional), de Paolo Barzman; Enchanted (Uma História de Encantar), de Kevin Lima; In the Valley of Elah (No Vale de Elah), de Paul Haggis; 2008: Speed Racer, de Andy e Lana Wachowski; Middle of Nowhere (Um Amor de Verão), de John Stockwell; 2009: The Greatest (Sem Ti), de Shana Feste; Leaves of Grass, de Tim Blake Nelson; Solitary Man (Eterno Solteirão), de Brian Koppelman e David Levien; The Lovely Bones (Visto do Céu), de Peter Jackson; One Million Strong (Curta-metragem) (voz); 2010: Peacock, de Michael Lander; Wall Street: Money Never Sleeps (Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme), de Oliver Stone; La Mama: An American Nun's Life in a Mexican Prison (Vídeo, curta-metragem, narradora); 2011: Jeff Who Lives at Home (Jeff - O Solteirão), de Jay Duplass e Mark Duplass; Fight for Your Right Revisited (Curta-metragem); 2012: Arbitrage (Arbitrage - A Fraude), de Nicholas Jarecki; That's My Boy (Pai Infernal), de Sean Anders; Robô & Frank, de Jake Schreier; Cloud Atlas (Cloud Atlas), de Tom Tykwer e Andy e Lana Wachowski; The Company You Keep (Regra de Silêncio), de Robert Redford; 2013: The Big Wedding (O Grande Dia), de Justin Zackham; Snitch (Snitch - Infiltrado), de Ric Roman Waugh; Irwin and Fran, de Jordan Stone; Ping Pong Summer, de Michael Tully; The Last of Robin Hood, de Richard Glatzer e Wash Westmoreland; Hell and Back de Tom Gianas e Ross Shuman; (voz); 2014: Tammy, de Ben Falcone;2014: The Calling (Perseguição Perigosa), de Jason Stone; 2015 Kid Witness, de Kevin Kaufman; Hell & Back, de Tom Gianas, Ross Shuman; Three Generations, de Gaby Dellal; Slipping Away (Curta-metragem);2016: The Death and Life of John F. Donovan, de Xavier Dolan; Mothers Day, de Paul


Televisão: 1951: Search for Tomorrow; 1970: A World Apa; 1971 Owen Marshall, Counselor at Law; 1972: Search for Tomorrow;1972-1974 Great Performances; 1973-1974 The Wide World of Mystery; 1973 Calucci's Department; The Satan Murders; F. Scott Fitzgerald and 'The Last of the Belles'; June Moon; The Rimers of Eldritch; The Whirlwind; 1982: Who Am I This Time; American Playhous; Faerie Tale Theatre; 1984: Oxbridge Blues; 1985: A.D.: Livilla; 1985: Mussolini and I; 1986: Women of Valor (Mulheres de Coragem); 1994: School of the Americas Assassins (Curta-metragem) Narrador; All-Star 25th Birthday: Stars and Street Forever!; 1995: Os Simpsons; 1997: The Need to Know, Narrador; 1998: For Love of Julian, Narrador; 1999 Goodnight Moon & Other Sleepytime Tales; Earthly Possessions) de James Lapine; 2000: Friends; 2001: Malcolm (A Vida é Injusta); 2003: Ice Bound: A Woman's Survival at the South Pole; Freedom: A History of Us; Children of Dune; 2005: The Exonerated; 2006: Rescue Me; 2007: Bernard and Doris; 2009: Serviço de Urgência (ER); 2009-2011 Saturday Night Live; 2010: You Don't Know Jack, de Barry Levinson; 2011: 30 Rock; The Miraculous Year; 2012: The Big C; 2013: Mike and I; Doll & Em; 2015: The Secret Life of Marilyn Monroe; 2016: Graves. 

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